sexta-feira, 30 de outubro de 2009

CAPÍTULO - IX - AS PRINCIPAIS DOUTRINAS DA BÍBLIA


















I - A DOUTRINA DAS ESCRITURAS

Bibliologia - É o estudo lógico das sagradas escrituras : Sua necessidade e inspiração .

1 - A NECESSIDADE DAS ESCRITURAS :
" O que é a verdade ? " Perguntou Pilatos , e o tom de sua voz inferiu que em vão se buscaria essa qualidade .
Se não houvesse um meio de chegar ao conhecimento de Deus , do homem e do mundo , Pilatos então teria razão .
Mas não há razão de andar as apalpadelas nas dúvidas e no ceticismo , porque existe um livro - As sagradas escrituras - que " podem fazer-te sábio para a salvação , pela fé que há em Cristo Jesus " (II Tim. 3:15 ) .
a ) Essa revelação é desejável .
O Deus que criou o universo só pode ser um Deus sábio , e um Deus sábio certamente terá um propósito para suas criaturas . Negligenciar esse propósito é loucura e contrariá-lo constitui pecado . Mas , como se verificaria com certeza o propósito divino ? A história prova que os homens chegam a conclusões muito diversas e muitas pessoas não chegam a conclusão nenhuma ! A experiência demonstra que esse problema não se resolve somente pelos estudos . Alguns não dispõem de tempo suficiente , e outros , ainda que tenham o desejo , não possuem a habilidade ; mesmo que alcançassem êxito , suas conclusões seriam alcançadas lentamente e com grande desconfiança . Os sábios são capazes de levantar escadas de pensamentos no esforço de alcançarem as verdades celestiais , mas a escada mais elevada ainda estaria muito aquém da necessidade . " O mundo pela sabedoria ( filosofia ) não conheceu a Deus " . As verdades que informam ao homem como passar da terra para o céu devem ser enviadas do céu à terra . Em outras palavras o homem precisa de uma revelação .
b ) Essa revelação é de se esperar .
A natureza é a revelação de Deus que se alcança pela razão . Mas quando o homem está algemado pelos seus pecados e sobre carregada a alma , a natureza e a razão são impotentes para esclarecer e aliviar a situação . Vamos permitir que os homens da razão testifiquem disse Kant , um dos maiores pensadores de todos os tempos , acerca dos cristãos : " Fazem bem em buscar a sua paz e piedade nos evangelhos porque somente neles está a fonte das verdades profundas e espirituais , depois de a razão haver explorado em vão todas as possibilidades . Outro físico de renome , Hegel , quando estava no leito de morte , não permitiu que se levasse nenhum outro livro para ele a não ser a bíblia . Ele disse que no caso de se prolongar a sua vida ele faria desse livro o seu único estudo , pois nele encontrara o que a razão não lhe pudera proporcionar .
Só existe um bom Deus , ( assim eu creio e professo a minha crença ) , é razoável crer que ele conceda às suas criaturas uma revelação pessoal de si mesmo . Assim escreveu David S. Clark : " Não podemos crer que um pai se oculte para sempre de seu filho , sem nunca se comunicar com ele . Nem tampouco podemos imaginar um Deus que retivesse o conhecimento do seu ser e de sua verdade , ocultando-o às suas criaturas que ele criara à sua própria imagem .
Deus fez o homem capaz e desejoso de conhecer a realidade das coisas . Será que ele ocultaria uma revelação que satisfizesse esse anelo ? A mitologia egipicia antiga conta a história da fabulosa Esfinge que propunha enigmas aos transeuntes e como os matava quando não lhe podiam decifra-los . Não é de crer que um Deus amoroso e sábio permita que o homem pereça por falta de conhecimento , perplexo diante do enigma do universo .
E o Dr. Hoadges escreve : " A inteligência divina nos leva a crer que Deus tenha adaptado os meios ao fim , e que ele , enfim coroará essa natureza religiosa com uma religião sobre natural . A benevolência de Deus nos conduz esperar que ele solucione a grave perplexidade e evite o perigo para as suas criaturas . A justiça de Deus nos conduz à esperança de que falará ele em tons claros e com autoridade à nossa consciência " .
c ) Essa revelação deveria estar em forma escrita .
É razoável que sua mensagem tomasse forma de livro . Como disse o Dr. Keyser : " Os livros representam o melhor meio de prescrever a verdade em sua integridade e transmiti-la de geração a geração . A memória e a tradição não merecem confiança , portanto , Deus agiu com a máxima sabedoria e também dum modo normal dando ao homem a sua revelação em forma de livro . De nenhuma outra maneira , pelo que estivesse acessíveis a todos os homens ( inclusive ao Presidente Lula ! ) e que continuasse intacto através dos séculos e do qual todos os povos pudessem obter a mesma norma de fé e prática " .
É razoável concluir que Deus inspirasse os seus servos a arquivarem essas verdades , verdades que não poderiam ser descortinadas pela razão humana . E , finalmente , é razoável crer que Deus tivesse preservado , por sua providência , os manuscritos das escrituras bíblicas e que tivesse influenciado a sua igreja a incluir no cânon sagrado somente os livros que fossem divinamente inspirados .
2 - A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS :
É possível que haja uma religião divina sem uma literatura inspirada . O professor Francis L. Patton observa : " Se o simples testemunho histórico prova que Jesus operou milagres , pronunciou profecias e proclamou a sua divindade - se pode ser demonstrado que ele foi crucificado para redimir os pecadores , e que foi ressuscitado dentre os mortos e que fez com que os destinos dos homens dependessem de aceita-lo como o seu salvador - então , sejam inspirados ou não os registos , ai daquele que descuidar de tão grande salvação "."Toda a escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar... " ( literalmente : " É dada pelo sopro de Deus " ) , declara Paulo ( II Tim. 3:16 ) . " Porque a profecia não foi antigamente produzida por vontade de homem algum " , escreve Pedro : " Mas os homens santos de Deus Falaram , inspirados pelo Espírito Santo " ( II Ped. 1:21 ) .
Assim define Webster a inspiração : " A influência sobre natural do Espírito Santo De Deus sobre a mente humana , pela qual os profetas , apóstolos e escritores sacros foram habilitados para exporem a verdade divina sem nenhuma mistura de erro .
Segundo o Dr. Gaussen , " é o poder inexplicável que o Espírito divino exerce sobre os autores das escrituras , em guia-los de todo erro ,bem como qualquer omissão " . Podemos dizer que a declaração de Pedro revela que o Espírito Santo estava presente duma maneira especial e milagrosa sobre os escritores das escrituras , revelando-lhes as verdades e dos acontecimentos ,dos quais eram testemunhas oculares , de maneira que as pudessem apresentar com exatidão substancial ao conhecimento de outrem .
Alguém poderia julgar , pela leitura dos vários credos do cristianísmo , tratar-se de assunto bastante complexo , cheio de enigmas teológicos e tulmutuados por definições obscuras . Mas esse não é o caso . As doutrinas no novo testamento , como originalmente expostas , são simples e se pode definir de maneira simples . Mas , com o passar dos tempos , a igreja teve de enfrentar doutrinas e opiniões erradas , e defeituosas e , por conseguinte , se viu obrigada a cercar as doutrinas certas e protegêl-as com definições . Deste processo de definições exatas e detalhadas surgiram os credos . As declarações doutrinárias ocuparam uma parte importante e necessária na vida da igreja , e constituíram ímpedimento a seu progresso unicamente quando uma aquiescência formal a essas doutrinas veio a substituir a viva f´e .
A doutrina da inspiração , como é apresentada na bíblia , é relativamente simples , mas o surgimento de ideias errôeas criou a necessidade de proteger a doutrina certa com definições completas e detalhadas . Contra certas teorias , é necessário afirmar que a inspiração das escrituras é a seguinte :
1- Divina e não apenas humana .
O modernista identifica a inspiração das escrituras sagradas com o mesmo esclarecimento espiritual e sabedoria de que foram dotados tais homens como : Platão , Sócrates ,Browning e outros gênios do mundo literário , filosófico e religioso . A inpiração dessa forma , seria considerada simplesmente como coisa natural . Essa teoria disvirtua à palavra inspiração negando-lhe o seu real significado e não combina , em absoluto , com o caráter sobrenatural e único da bíblia .
2- Única e não comum .
Alguns confudem a inspiração com o esclarecimento . Refere-se à influência do Espírito Santo , comum a todos os cristãos , influência que os ajuda a compreender as coisas de Deus . ( I Cor. 2:4 ; Mat. 16:17 ) . Eles mantém a opinião de que esse esclarecimento espiritual seja a explicação adequada sobre a orígem da bíblia . Existe uma faculdade nos homens , assim ensinam eles , pela qual se pode conhecer a Deus - Uma especie de olho de sua alma . quando os homen piedosos da antiguidade meditavam em Deus , o Espírito divino vivificava essa faculdade , dando-lhes esclarecimentos dos mistérios divinos .
Tal esclarescimento é prometido aos crentes e tem sido experimentados por eles . Mas estes esclarecimentos não é o mesmo que a inspiração , Sabemos , segundo está escrito em I Ped. 1:10-12 , que as vezes os profetas recebiam verdades por inspiração e lhes era negado esclarecimento necessário à sua compreenssão dessas mesmas verdades . O Espírito Santo inspirou-lhes as palavras mas não achou por bem conceder-lhes a compreensão do seu significado . Descreve-se Caifás como sendo o veículo duma mensagem inspirada ( se bem que foi incinsientemente ) , apesar de não está ele pensando em Deus . Nesse momento ele foi inspirado mas não esclarecido . ( João 11:49-52 ) .
Notemos duas diferencas específicas entre o esclarecimento e a inspiração : 1 ) Quanto a duração , o esclarecimento é , ou pode ser permanente . " Porém a vereda do justo é como a luz da aurora , que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito " ( Proverbios 4:18 ) . A unção que o crente recebeu do Espírito Santo permanece nele , diz o apóstolo João ( I Jo. 2:20-27 ) . Por outro lado , a inspiração também era intermitente ; O profeta não podia profetizar a verdade à vontade , porém estava sujeito à vontade do Espírito . " Por que a profecia não foi antigamente produzida por vontade de homem algum " , declara Pedro , " mas os homens santos de Deus falaram , inspirados pelo Espírito Santo " ( II Ped. 1:21 ) . Que a inspiração profética viesse repetinamente está ímplicita na expressão comum : " A palavra do Senhor veio " a este ou aquele profeta . Uma distinção clara se faz entre os verdadeiros profetas , que profetizam unicamente lhes vem a palavra do Senhor , e os profetas falsos que proferem uma mensagem de sua própria invenção . ( Jer. 14:14 - 23:11,16 ; Ez. 13:2,3 ) .
2 ) O esclarecimento admite a graduação , enquanto a inspiração não admite graduação alguma . Varia de pessoa para pessoa o grau de esclarecimento , mas no caso da inspiração , no sentido bíblico , a pessoa ou recebeu ou não recebeu a inspiração .
3 ) Viva e não mecânica .
A inspiração não significa ditado , no sentido de que os escritores fossem passívos , sem que tomassem parte as suas faculdades no registro da mensagem , embora seja algumas porções das escrituras ditadas , como por exemplo os dez mandamentos e a oração dominical . A própria palavra inspiração exclui o sentido de ação meramente mecânica , e a ação mecânica exclui qualquer sentido de inspiração . Por exemplo , um homem de negocios não inspira sua secretária ao ditar-lhe as contas . Deus não falou pelos homens como quem fala por um alto-falante . Antes seu divino Espírito usou as suas faculdades mentais , produzindo desta maneira uma mensagem perfeitamente divina , e que , ao mesmo tempo , conservasse os traços da personalidade do autor . Embora seja a palavra do Senhor , é ao mesmo tempo , em certo sentido , a palavra de Moisés , ou de Paulo . " Deus nada faz a não ser pelo homem ; o homem nada faz , a não ser por Deus . É Deus quem fala no homem , é Deus que fala pelo homem , é Deus quem fala como homem , é Deus quem fala a favor do homem " .
O fato de haver cooperação divina e humana na produção duma mensagem inspirada é bastante conhecido ; mas " como " se processa esta cooperação divina e humana na produção duma mensagem inspirada é bastante conhecido ; mas " como " se processa esta cooperação é mais dificil explicar . Se o entrosamento de mente e corpo já é um mistério demasiado grande , mesmo para o homem mais sábio ; quanto mais não é o entrosamento do Espírito de Deus e o espírito do homem !!!
4 ) Verbal e não apenas de conceito .
Deus inspirou os homens , e deixou ao critério deles a seleção das palavras e das expressões . " Havendo antigamente falado aos pais pelos profetas " ( Heb. 1:1 0 . " Homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo " ( II Ped. 1:21 ) . É dificil separar a palavra do pensamento ; Um pensamento é uma palavra antes de ser ela proferida . ( " Não comeceis dizer em vossos corações " ; " O tolo disse em seu coração ) : Uma palavra é um pensamento ao qual se deu expressão . Pensamentos divinamente inspirados naturalmente tenham sua expressão em palavras divinamente inspiradas . Paulo nos fala de " palavras ensinadas pelo Espírito " ( I Cor. 2:13 ) . Finalmente , uma simples palavra é citada como sendo o fundamento de doutrinas básicas . ( Jo. 10:35 ; Mat. 22:42-45 ; Gál. 3:16 ; Heb. 12:26,27 ) .
Existe diferença também entre revelação e a inspiração . Por revelação queremos dizer aquele ato de Deus pelo qual ele da a conhecer o que o homem por si mesmo não podia saber , por inspiração queremos dizer que o escritor é preservado de qualquer erro ao escrever essa revelação . Por exemplo , os dez mandamentos foram revelados , e Moises foi inspirado ao registrá-los no pentateuco .
A inspiração nem sempre implica revelação ; por exemplo , Moisés foi inspirado a registar eventos que ele mesmo havia presenciado e que dessa maneira estavam dentro do âmbito do seu próprio conhecimento .
Destingamos também entre as palavras ispiradas e os registros inspirados . Por exemplo , muitos dizeres certamente não foi inspirado por Deus ao proferí-los ; mas o regístro dessas expressões satânica foi inspirado . As defesas intelectuais da bíblia têm seu lugar ; mas , afinal de contas , o melhor argumento é o prático . A bíblia tem produzido resultados práticos . Tem influeciado a civilização , transformado vidas , trazido luz , inspiração e conforto a milhões e sua obra ainda continua .

II - A DOUTRINA DE DEUS

Teologia pura - É o estudo lógico sobre Deus : Sua existência , sua natureza e seus atributos .





Se as escrituras não ofereçem nenhuma demonstração racional da existência de Deus , será possível fazer-mos esta tentativa ? Lógico que sim ! Inicialmente , para convençer os que genuínamente buscam a Deus , isto é , pessoas cuja fé tem sido ofuscada por alguma dificuldade , e que dizem : " Eu quero crê em Deus ; mostre-me que seja razoável crêr nele " . Evidência nenhuma convencerá a pessoa , que , por desejar continuar no pecado e no egoísmo , diz : " Desafiu-te a provar que Deus existe " . A fé é questão moral e não intelectual . Se a pessoa não está disposta a aceitar , ela porá de lado todas e qualquer evidências ( Luc. 6:31 ) .
a ) A EXITÊNCIA DE DEUS :
Onde acharemos evidências da existência de Deus ? Na criação , na natureza humana e na história humana . Dessas três esferas deduzimos as cinco evidências da existência de Deus : O universo deve ter uma primeira causa ou um criador . O designo evidente no universo aponta para uma mente suprema . A natureza do homem , com seus impulsos e aspirações , assinala a existência de um governador pessoal . A história humana dá evidências duma providência que governa sobre tudo . A crença é universal .
1 ) ARGUMENTO DA CRIAÇÃO . A razão argumenta que o universo deve ter tido um principio . Todo efeito tem uma causa suficiente . O universo sendo efeito , por conseguinte deve ter uma causa . Imaginemos a extensão do universo , Observe o que diz Jorge W . Grey : " O universo , como o imaginamos , é um sistema de milhares e milhões de galáxias . Cada uma delas se compôe de milhares e milhares de estrelas . Perto da circunferência de uma dessas galáxias - a via láctea , existe uma estrela de porte médio e temperatura moderada , já amarelada pela velhice - que é o nosso sol . " E imaginem que o sol é milhôes de vezes maior que a nossa pequena terra ! " O sol está girando numa órbita vertiginosa em direção à circunferência da via láctea a 19.300 metros por segundo , levando consigo a terra e todos os planetas , e ao mesmo tempo todo o sistema solar está girando num gigantesco circuito à velocidade incrível de 321 km . por segundo , enquanto a própria galáxia gira , qual colossal roda gigante estelar . Fotogtafando-se algumas seções do céus , é possível fazer a contagem das estrelas . No observatório de Harvard College eu vi uma fotografia que inclui as imagens de mais de duzentas vias lácteas - todas registradas numa chapa fotográfica de 35 x 42 cms , calcula-se que o número de galáxias de que se compôem o universo é de ordem de 500 milhões de milhões " .
Consideremos nosso pequeno planeta e nele as várias formas de vida existentes , as quais revelam inteligência e designio divino . " Como se originou tudo isso ? " A pergunta é natural , pois as nossas mentes são constituídas de tal forma que esperam que todo efeito tenha uma causa . Então , concluímos que o universo deve ter tido uma primeira causa , ou um criador . " No principio - Deus " . ( Gn. 1: 1 ) .
2 ) ARGUMENTO DO DESÍGNIO . O desígnio e a formosura evidenciam-se no universo ; mas o desígnio e a formosura implicam um arquiteto ; portanto , o universo é a criação de um arquiteto dotado de inteligencia suficiente para explicar sua obra . " O grande relógio de Estrasburgo tem , além das funções normais de um relógio , uma combinação de luas e planetas que se movem , mostrando dias e meses com exatidão dos corpos celestes , com seu grupo de figuras que aparecem e desaparecem com regularidades igual ao soarem as hóras no grande cronômetro .
Declarar não ter havido um engenheiro que construiu o relógio , e que este objeto " aconteceu " , seria insultar a inteligência e a razão humana . É insensatez presumir que o universo " aconteceu " , ou , em língua cientifica , que procedeu " do concurso furtuíto dos átomos " !
Suponhamos que o livro " o peregrino " fosse descrito da seguinte forma : O autor tomou um vagão de tipos de imprensa e com uma pá os atirou ao ár . Ao caírem no chão , natural e gradualmente se ajuntaram de maneira a formar a famosa história de Bunyan , O homem mais incrédulo diria : que absurdo ! E a mesma coisa dizemos nós das suposoções do ateísmo em relação à criação do universo .
O exame dum relógio revela que ele leva os sinais de desígnio porque as diversas peças são reunidas com um propósito prévio . Disso inferimos duas coisas : Primeiramente , que o relógio teve alguém que o fez , e em segundo lugar , que o seu fabricante compreendeu a sua construção , e o progetou com o propósito de marcar as horas . Da mesma maneira , observamos o desígnio e a operação dum plano no mundo e , naturalmente , concluímos que houve alguém que o fez e que sábiamente o preparou para o propósito ao qual está servindo . O fato de nunca termos observado a fabricação dum relógio não afetaria essas conclusões , mesmo que nunca conhecêssemos um relojoeiro , ou que jamais tivéssemos idéia do processo desse trabalho . Igualmente , a nossa convicção de que o universo teve um arquiteto , de forma nenhuma sofre alteração pelo fato de nunca termos observado a sua construção , ou de nunca termos visto o arquiteto .
3 ) O ARGUMENTO DA NATUREZA DO HOMEM . O homem dispõe de natureza moral , isto é , a sua vida é regulada por conceitos de bem e do mal . Ele reconheçe que há um caminho reto de ação que deve seguir e um caminho errado que deve evitar . Esse conhecimento chama-se " conciência " . Ao fazer ele o bem , a conciência o aprova ; Ao fazer ele o mal ela o condena . A conciência , seja obedecida ou não , fala com autoridade . Ouça ( leia ) o que disse Butler , acerca da conciência : " Se ela tivesse poder na mesma proporção de sua autoridade manifesta , isto é , se a conciência tivesse a força de pôr em ação o que ordena , ela revolucionaria o mundo " . Mas acontece que o homem é dotado de livre arbítrio , e portanto pode desobedecer aquela voz íntima . Mesmo estando mal orientada a conciência ainda fala com autoridade , e faz o homem sentir sua responsabilidade . Kant , declarou : " Duas coisas me impressionam " , o alto céu estrelado e a lei moral em meu interior " . Tiramos a conclusão desse conhecimento universal do bem e do mal ; Há um legislador ! Ele idealizou uma norma de conduta para o homem e fez a natureza humana capaz de compreender esse ideal . A conciência não cria o ideal ; ela simplismente testifica acerca dele , registrando a sua conformidade ou não conformidade . Quem originalmente criou esses dois poderosos conceitos do bem e do mal ? Deus , o justo legislador !
O pecado quase ofuscou a consciência e quase anulou a lei do ser humano ; mas no Monte Sinai Deus gravou essa lei em pedras para que o homem tivesse a lei perfeita para dirigir a sua vida . O fato de que o homem compreende esta lei , e sente a sua responsabilidade para com ela , manifesta a existência dum legislador que criou o homem com essa capacidade . Cheguemos a conclusão que o legislador também é um juiz que recompensará os bons e castigará os maus . Aquele que impôs a lei finalmente defenderá essa lei .
Não somente a natureza moral do homem , como também todos os aspectos da sua natureza tetificam da existência de Deus .
4 ) O ARGUMENTO DA HISTÓRIA . A história universal fornece evidências de um poder e de uma providência dominantes . A história bíblica foi escrita para revelar Deus na história , ou seja, para ilustrar a obra de Deus nos negócios humanos . " Os principios do divino governo moral encontram-se na história das nações tanto quanto na experiência dos homens " , escreve D . S . Clarke : " O protestantísmo inglês vê a derrota da armada espanhola como uma intervenção de Deus . A colonização dos Estados Unidos por imigrantes protestantes salvou-os da sorte da América do Sul , e desta maneira salvou a democracia . Quem negaria que a mão de Deus estivesse nesses acontecimentos ? A história da humanidade , o surgimento e declínio de nações , como Babilônia e Roma , mostra que o progresso acompanha o uso das faculdades dadas por Deus e a obdiência a sua lei , e que o declínio nacional e a podridão moral seguem a desobediência . O modo de Deus tratar com os individuos fornece prova de sua ativa presença nos negócios humanos .
5 ) O ARGUMENTO DA CRENÇA UNIVERSAL . A crença na existência de Deus é tão difundida quanto a própria raça humana , embora muitas vezes se manifeste em forma pevertida ou grotesca e revertida de ideias superticiosas . Esta opinião tem sido contestada por alguns que argumentam existirem raças que não tem a menor concepção de Deus . Mas os teologos não inventaram Deus como também os astrônomos não inventaram as estrelas , nem os botânicos as flores . É certo que os antigos mantinham ideias erradas acerca dos corpos celestes . E visto que a humanidade já teve ideias defeituosas acerca de Deus , isso implica que existe um Deus acerca do qual podiam ter noções errôneas .
Esse conhecimento universal se originou necessariamente pelo raciocínio . por que existem homens de grande capacidade de raciocínio que também negam a existência de Deus . Mas é evidente que o mesmo Deus que fez a natureza , com suas belezas e maravilhas , fez também o homem dotado de capacidade para observar , através da natureza , o seu criador . " Porquanto , o que se pode conhecer de Deus , neles está manifesto ; Pois Deus lho manifestou . As perfeições invisíveis dele , o seu poder eterno , e a sua divindade , claramente se veêm desde a criação do mundo , sendo percebidas pelas suas obras " ( Rom . 1: 19,20 ) . Deus não fez o mundo sem deixar certos sinais , sugestões e evidências claras , que falam das obras das suas mãos .
b ) A NATUREZA DE DEUS . Quem é , e que é Deus ? " Deus é Espírito , infinito , eterno e imutável em seu ser ,sabedoria , poder , santidade , justiça , bondade e verdade " . A definição bíblica pode formular-se pelo estudo dos nomes de Deus . O " nome " de Deus , nas escrituras , significa mais do que uma combinação de sons ; representa seu caráter revelado . Deus revela-se a si mesmo fazendo-se conhecer ou proclamando o seu nome .
Adorar a Deus é invocar seu nome , teme-lo , louva-lo , glorifica-lo . É sacrilégio tomar seu nome em vão . Ou profana-lo ou blasfema-lo . Reverenciar a Deus é santificar ou bendizer seu nome ; O nome do Semhor defende seu povo , e por amos de seu nome não os abandonará . Os seguintes nomes de Deus são os mais comuns que encontramos nas escrituras : Elohim , Javé , El , Adonai e Pai .
1. b ) ELOHIM ( tradizido " Deus " ) . Esta palavra emprega-se sempre que sejam descritos ou implicitos o poder criativo e a onipotência de Deus . Elohim é o Deus - criador . A forma plural significa a plenitude de poder e representa a trindade .
2. b ) JAVÉ ( traduzido " Senhor " na versão de Almeida ) . Elohim o Deus - criador , não permanece alheio às suas criaturas . Olhando Deus a aflição entre os homens , desceu para ajudá-los e salva-los ; ao assumir esta relação , ele revela-se a si mesmo como Javé , o Deus da aliança . Este nome tem sua orígem no verbo ser , globalizando os três tempos do verbo - passado , presente e futuro . Ele simboliza : Que era , que é e o que há de ser , ou seja , o Eterno . Como Javé é o Deus que se revela a si mesmo , esta afirmação implica em dizer-nos : Eu me apresentei , eu me apresento e ainda me apresentarei .
A operação de Deus em favor do seu povo encontra-se expressa em seus nomes , ao experimentar o povo a sua maravilhosa graça , pode declarar : conheco o seu nome . " A comunhão entre Javé e Israel é revelada no uso dos nomes encontrados nas alianças entre Javé e seu povo . Aos doentes apresenta-se como Jeová - Rafa , " o Senhor que cura " ( Êx . 15 : 26 ) . Os oprimodos pelo inimigo clamam Jeová - Nissi , " o Senhor nossa bandeira " ( Êx . 17 : 8-15 ) . Os que estão aflitos clamam : " Jeová - Shalom , " o Senhor nossa paz " ( Juí . 6 : 24 ) . Os dispersos na terra sentem a necessidade de Jeová - Ra'ah , " o Senhor meu pastor " ( Sal . 23 : 1 ) . Os condenados , e necessitados de justificação , cheios de esperança invocam a Jeová - Tsidkenu , " o Senhor nossa justiça " , ( Jer . 23 : 6 ) . Os desamparados aprendem que ele é Jeová - Jireh , " o Senhor que provê " ( Gen . 22 : 14 ) . Quando o Reino de Deus for definitivamente instalado na terra , ele será reconhecido e adorado para sempre como Jeová - Shamah , " o Senhor está ali " ( Ez . 48 : 35 ) .
3 . b ) EL ( Deus ) é usado em várias combinações : EL - Elyon , o " Deus altíssimo " , o Deus que é exaltado sobre tudo o que se chama deus ou deuses . ( Gên . 14 : 18 - 20 ) . EL - Shaddai , " O Deus que é suficiente para as necessidades do seu povo ( Êx . 6 : 3 ) . EL - Olah , " o Eterno Deus " ( Gên . 21 : 33 ) .
4 . b ) ADONAI ( Senhor ou Mestre ) da a idéia de governo ou domínio ( Êx . 23 : 17 ; Is . 10 : 16 , 33 ) . Por causa do que ele é , e de como tem agido , ele exige obediência e lealdade de seu povo . Este título no novo testamento , aplica-se ao Cristo glorificado .
5 . b ) PAI - É usado tanto no antigo como no novo testamento . Este nome descreve a Deus como sendo a fonte de todas as coisas e criador do homem . No sentido criativo , todos podem considerar-se geração de Deus . ( At . 17 : 28 ) . Essa relação não garante salvação . Mas , aqueles que foram vivificados e receberam nova vida pelo seu Espírito Santo , são seus filhos no sentido íntimo e profundo da salvação . ( Jo . 1 : 12 , 13 ) .
c ) OS ATRIBUTOS DE DEUS . Deus é um ser infinito,é impossivel qualquer criatura conheçê-lo exatamante como ele é. Mas bondosamente ele revelo-se mediante uma linguagem compreensivel para nós: As Escrituras Sagradas. Tomemos como exemplo quando Deus Diz: "Eu sou santo". Então pela ousadia do Espirito Santo,podemos afirmar categoricamente: Deus é Santo. A santidade, então é uma qualidade que podemos atribuir ou aplicar a Deus. Com o conhecimento da revelação que Deus deu de si mesmo podemos organizar os nossos pensamentos acerca de Deus.


As diferenças entre os nomes de Deus e seus atributos, é que os seus nomes expressam as qualidades do seu ser inteiro. Os seus atributos nos mostram varios angulos do seu caráter. Vejamos pois a classificação dos atributos de Deus:


1 - ATRIBUTOS NÃO CORRELACIONADOS, OU SEJA : Deus é em si próprio à parte da criação. Quais são as qualidades que caracterizavam a Deus antes da criação?


A) A tributos ativos,ou seja,o que Deus é em relação ao "cosmo".


B) Atributos Morais,ou seja,o que Deus é em relação aos seres morais poe ele criados.


1.C) ATRIBUTOS NÃO CORELACIONADOS:


a) Espiritualidade . Deus é Espírito(Jo. 4: 24). Deus é Espírito com personalidade;ele pensa sente e fala;pode ter comunhão direta com suas criaturas feitas à sua imagem. Sendo Espírito,Deus não está sujeito as limitações às quais estão sujeitas os seres humanos dotados de corpo físico. Não está sujeito as paixões;sua pessoa não se compôe de nenhum elemento material e não está sujeito às condições de existencia natural. Não pode ser visto com os olhos naturais nem aprendido pelos sentidos naturais. Deus é uma pessoa real,mas de natureza tão infinita que não se pode aprende-lo plenamente pelo conhecimento humano,nem tampouco satisfatoriamente descrevê-lo em linguagem humana.


" Ninguém jamais viu a Deus", declarou sabiamente o apóstolo João (Jo. 1: 15; vide Ex. 33: 20); No entanto, em Êxodo 24: 9,10 lemos que Moisés,e certos anciões,"viram a Deus". Nisto não há contradição;João quer dizer que nenhum homem jamais viu a Deus como ele é. Mas sabemos que o Espírito pode se manifestar em forma corpórea (Mt. 3: 16); Deus pode manifestar-se duma maneira perseptível ao homem.


A personalidade infinita de Deus, também é revelada a mente finita do homem em linguagem compreensível; a bíblia fala de Deus como ser que tem mãos,braços,pés,olhos e ouvidos,e descreve-o como venndo,sentindo,ouvindo,arrependendo-se,etc.


Deus também é insondável e inescrutável. "Porventura...chegará a perfeição do todo-poderoso?"(Jo. 11: 7). (Usando a expressão da mulher samaritana)"não temos com que tirar e o pôço é fundo"(Jo. 4: 11).


b) Infinitude - Deus é infinito,isto é, não está sujeito as limitações humanas. A infinitude de Deus pode ser vista de duas maneiras: (1) Em relação ao espaço. Deus é imensidão!(I Re. 8: 27);ou seja, a natureza de Deus está presente de modo igual em todo o espaço infinito e em todas as suas partes, nenhuma das partes existentes está separada da sua presença ou de sua energia, e nenhum ponto do espaço escapa à sua influência."Seu centro em toda parte,sua circunfrência em parte alguma". Mas ao mesmo tempo,devemos nos lembrar que existe um lugar especial onde sua presença e glória são revelados duma maneira extraordinária;esse lugar é o céu.


2) Com relação ao tempo. Deus é eterno, (Êx. 15: 18; Deut. 33:27; Sal. 90: 2; Jer. 10: 10;Apoc. 4: 8-10). Ele existe desde a eternidade e existirá por toda a eternidade. O passado,o presente e o futuro são todos como o presente a sua compreensão. Sendo eterno ele é imutável - " O mesmo ontem,hoje, e eternamente ".


c) Unidade - Deus é o único Deus.(Êx. 20: 3; Deut. 4: 35,39; 6: 4; I Sam. 2: 2; II Sam. 7: 22; I Tim. 1: 17). " Ouve ,Israel, o Senhor nosso Deus é o único Deus ( Senhor)."Haverá contradição entre esse ensino da unidade de Deus e o ensino da trindade do novo testamento? É preciso distinguir entre duas qualidades de unidade - Unidade absoluta e unidade composta. A expressão "um homem " trás a idéia de unidade absoluta,porque se refere a uma só pessoa. Mas ao ler-mos " homem e mulher serão uma só carne" ( Gen. 2: 24, essa é uma unidade composta, visto que se refere a união de duas pessoas. Vide Esd. 3: 1; Ezeq. 37: 17).


Para unidade absoluta, vide Gen. 22: 2 - 12; Am. 8: 10; Jer. 6: 26; Zac. 12: 10; Prov. 4: 3; Juí. 11: 34). A doutrina da trindade ensina a unidade de Deus como unidade composta, inclusive de três pessoas divinas unidas na essencial unidade eterna.


2.c) ATRIBUTOS ATIVOS ( Deus e o Universo):


1) Onipotência - Deus é onipotente. ( Gen. 1: 1;17: 1; 18: 14; Êx. 15: 17; Deut. 3: 24; 32: 39; I Crôn. 16: 25; Jó 40: 2; Isa. 40: 12 - 15; Mat. 19; 26; Apc. 15: 3; 19:6). Os dois sentidos da onipotência de Deus: (1) Sua liberdade e poder para fazer tudo que esteja em harmonia com a sua natureza. "Pois para Deus nada será impossível". Isto naturalmente não siginifica que ele possa ou queira fazer alguma coisa contrária à sua própria natureza. Somente Deus é todo-poderoso,até mesmo Satanás nada pode fazer sem o seu consentimento. Seu controle e sabedoria sobre tudo o que existe ou que pode existir. Porque se pratica o mal nesse mundo? É porque Deus dotou o homem de livre arbítrio, cujo arbítrio Deus não violará; Portanto ele permite os atos maus,mas com um sábio proposito de , finalmente, dominar todo o mal.Toda a vida é sustentada por Deus. Assim, sempre que a pessoa peca, está usando o poder do próprio criador para ultrajá-lo. Todo pecado é um insulto contra Deus.


2) Onipresença - Deus é onipresente,isto é, o espaço material não pode limita-lo em ponto algum(Gen. 28: 15,16; Deut. 4: 39; Jos. 2: 11; Sal. 139: 7-10; Prov. 15: 3,11; Isa. 66: 1; Jer. 23:,24; Am.9: 1-4,6; At. 7: 48,49; Ef. 1: 230. Qual a diferença entre imensidade e onipresença? Imensidade é a presença de Deus em relação ao espaço, enquanto onipresença é sua presença considerada em relação as suas criaturas. Para suas criaturas ele está presente, em glória para as hóstes adoradoras do céu ( anjos, arcanjo, querubins e serafins). Eficasmente, na ordem natural. ( Naún 1: 3.) Providencialmente, nos assuntos relacionados com o homem. (Sal. 68: 7,8 .) Atentamente, àqueles que o buscam. (Mat. 18:19,20;At.17:27.) Judicialmente, às conciências dos ímpios. ( Gen. 3:8;Sal. 68: 1,2.) Corporalmente, em seu filho. "Deus conosco" ( Col. 2:9.)Misticamente, na igreja. ( Ef. 2: 12,22.) Oficialmente, com os seus obreiros (Mat. 28:19,20.). Embora Deus esteja em todo lugar, ele não habita em todo lugar. Somente ao entrar em relação pessoal com um grupo ou com um indíviduo se diz que ele habita com eles.


3) Onisciência - Deus é onosciênte porque conhece todas as coisas.( Gen. 18: 18,19; II Re. 8:10,13; I Crôn. 28: 9; Sal. 94: 9;139: 1-16;147:4,5;Prov. 15: 3; Isa. 29:15.16; 40:28; Luc. 16:15; At. 15:8,18; Rom. 8: 27,29; Icor. 3: 20;II Tim. 2: 19; Heb. 4: 13; I Ped. 1: 2; IJo. 3: 20.) O conhecimento de Deus é perfeito, ele não precisa arrazoar, ou pesquisar as coisas, nem aprender gradualmente - seu conhecimento do passado, do presente e do futuro é instantãneo. Mas a presciência de Deus sobre o uso que a pessoa fará do livre arbítrio não obriga a escolher este ou aquele destino. Deus prevê sem intervir.


4) Sabedoria - Deus é sábio. ( Sal. 104: 24; Prov. 3: 19; Jer. 10: 12;Dn. 2: 20,21;Rom. 11; 33; I Cor. 1: 24,25,30;2: 6,7; Ef. 3: 10; Col. 2: 2,3.) A sabedoria de deus engloba a sua onosciência e a sua onipotencia. Deus sempre faz o bem de maneira certa e no tempo certo. "Ele faz tudo bem."A divina providencia geral relaciona-se com o universo como um todo; sua providência particular relaciona-se com os detalhes da vida do homem.


5) Soberania - Deus é soberano, isto é, ele tem o direito absoluto de governar suas criaturas e delas dispor como lhe convém. (Dn. 4: 35;Mat. 20: 15;Rom. 9: 21.)Deus possue esse direito em virtude de sua infinita superioridade, de sua posse absoluta de todas as coisas, e da absoluta dependência delas perante ele para que continuem a existir.Tanto é insesatez, como transgressão, sensurar os seus camonhos. Disse D.S Clarke:"Quem rejeita a soberania de Deus,pode ser governado dentre o que sobra."


3.c) ATRIBUTOS MORAIS ( Deus e as criaturas morais):


1) Santidade - Deus é santo. (Êx. 15: 11; Lev. 11: 44,45; 20: 26; Jz. 24: 19; I Sam. 2: 2; Sal. 5: 4; Isa. 6: 3; 43: 14,15; Jer.23: 9; Luc. 1: 49; Tg. 1: 13; I Ped. 1: 15,16; Ap. 4: 8; 15: 3,4.) A santidade de Deus é a sua pureza moral; Ele não pode pecar nem tolerar o pecado. A palavra " santo"siguinifica "separado". Ele está separado do homem no espaço - ele está no céu, o homem na terra. Ele está separado do homem quanto a sua natureza e caráter - ele é perfeito, o homem é imperfeito; ele é divino, o homem humano; ele é moralmente perfeito, o homem é pecaminoso.


Vemos, então, que a santidade é o atributo que mantém a distinção entre Deus e a criatura. Somente Deus é santo em si mesmo. A palavra "santo", quando se aplica a pessoas ou objetos, é termo que expressa relação com JAVÉ - pelo fato de estar separado para o seu serviço. Sendo separados os bjetos precisam estar limpos; e as pessoas devem consagrar-se e viver de acordo com a lei da santidade. Esses fatos formam o " alicercere"firme da doutrina da santificação.


2) Justiça - Deus é justo."A justiça e santidade em ação". A justiça e a santidade de Deus manifesta no tratar retamente com suas criaturas. " Não fará justiça o juiz de toda a terra?"(Gn. 18: 25.) A justiça é obediência a uma norma reta; é conduta reta em relação a outrem. Deus manifesta este atributo; a) Quando livra o inocente, condena o ímpio e exige que se faça justiça. Deus julga, mas ele mesmo descobre a evidência; desta maneira o messias, cheio do Espírito divino, não julgará"segundo a vista dos seus olhos, nem reprovará segundo o ouvir dos seus ouvidos", mas julgará com reta justiça. b) Quando perdoa o penitente (Sal. 51: 14; I Jo. 1: 9; Hb. 6: 10.) c) Quando castiga e julga seu povo (Isa. 8: 17; Am. 3: 2.) d) Quando salva seu povo. A interposição de Deus a favor do seu povo se chama sua justiça. (Isa. 46: 15; 45: 24,25.) A salvação é o lado negativo, a justiça o lado positivo. Ele livra seu povo de seus pecados e de seus inimigos, e o resultado é a retidão de coração. (Isa. 51: 6; 54: 13; 60: 21; 61: 10). e) Quando da vitória a causa de seus servos fiéis.(Isa. 50: 4-9.) Depois de Deus haver libertado o seu povo e julgado os ímpios então teremos"novos céus e nova terra, em que habita a justiça"(II Ped. 3: 13).


Deus não somente trata justamente como também requer justiça. Quando o homem peca e se arrepende, ele graciosamente justifica o penitente.(Rom. 4: 5). Esta é a base da doutrina da justificação. Como ele é, assim ele opera. O santo santifica, o justo justifica.


3) Fidelidade - Deus é fiel. Ele é absolutamente diguino de confiança; as suas palavras não falharão. Portanto seu povo pode descansar em suas promessas. ( Êx. 34: 6; Naum 23: 19; Deut. 4: 31; Jos. 21: 43-45; 23: 14; I Sam. 15: 29; Jer. 4: 28; Isa. 25: 1; Ezeq.12: 25; Dan. 9: 4; Miq. 7: 20; Luc. 18: 7,8; Rom. 3: 4; 15: 8; I Cor. 1: 9; 10: 13; II Cor. 1: 20 ; I Tess. 5: 24; II Tess. 3: 3; II Tim. 2: 13; Heb. 6:18; 10:23; I Ped. 4: 19; Apoc. 15: 3).


4) Misericordia - Deus é misericordioso. "A misericordia de Deus é a divina bondade em ação com respeito às misérias de suas criaturas, bondade que se comove a favor deles, provendo o seu alívio, e, no caso de pecadores impenitentes, demonstrando paciência longânima " (Hodges). Tito 3: 15; Am. 3: 22; Dan. 9: 9; Jer. 3: 12; Sal. 32: 5; Isa. 49: 13; 54: 7). Uma das mais belas descricôes da misericordia de Deus encontra-se no Salmo 103: 8-18. O conhecimento de sua misericórdia torna-se a base da esperança (Sal. 130: 7) como também da confiança (Sal. 52: 8).


A misericórdia de Deus manifestou-se de maneira eloquente ao enviar Jesus Cristo ao mundo.(Lc. 1: 78).


5) Amor - Deus é amor. O amor é atributo de Deus em razão do qual ele deseja relação pessoal com aqueles que possuem a sua imagem e, mui especialmente, com aqueles que foram santificados em caráter, feitos semelhante a ele. A descrição do amor de Deus (Deut. 7: 8; Ef. 2: 4; Sof. 3: 17;Isa. 49: 15; Os. 11: 4; Jer. 31: 3); veja a quem é manifestado (Jo. 3: 16; 16: 27; 17: 23; Deut. 10: 18); Notemos como foi demonstrado (Jo. 3: 16; I Jo. 3: 1; 4: 9, 10; Rom. 9: 11-13; Isa. 38: 17; 43: 3,4; 63: 9; Tit. 3: 4-7; Ef. 2: 4,5; Os. 11: 4; Deut. 7: 13; Rom. 5: 5).


6) Bondade - Deus é bom. A bondade de Deus é o atributo em razão do qual ele concede vida e outras bençãos à. suas criaturas. (Sal. 25: 8; Nau. 1: 7: Sal. 145: 9; Rom. 2: 4; Mat. 5: 45; Sal. 31: 19; At. 14: 17; sal. 68: 10; 85: 5).


O TRINO DEUS: A bíblia nos ensina que Deus é um, e que além dele não existe outro Deus."Como poderia Deus ter comunhão com alguém antes que existissem as coisas finitas?" A resposta é que a unidade divina é uma unidade composta, e que nesta unidade há realmente três pessoas distintas, cada uma das quais é a divindade, e que, no entanto, cada uma está sumamente conciente das outras duas. Assim, vemos que havia comunhão antes que fossem criadas quaisquer criaturas finitas. Portanto Deus nunca esteve só. Não é o caso de haver três deuses, todos três independentes e de existência própria. Os três cooperam unidos e num mesmo propósito, de maneira que no mesmo sentido da palavra são " um". O pai cria, o filho redime, e o Espirito Santo santifica; e no entanto, em cada uma dessas operações divinas os três estão presentes. O pai é preeminente o criador, mas o filho e o Espírito são tidos como cooperadores na mesma obra. O filho é preeminente o redentor, mas Deus o pai e o Espírito são considerados como pessoas que enviam o filho a redimir. O Espírito Santo é o santificador, mas o pai e o filho cooperam nessa obra.


A trindade é uma comunhão eterna, mas a obra da redenção do homem evocou a sua manifestação histórica. O filho entrou no mundo de uma maneira nova ao tomar sobre si a natureza humana e lhe foi dado o novo nome "JESUS". O Espírito Santo entrou no mundo de uma maneira nova, isto é, como o Espírito de Cristo incorporado na igreja. Mas ao mesmo tempo os três cooperam. O pai testifica do filho (Mat. 3: 17); e o filho testificou do pai (Jo. 5:19). O filho testificou do Espírito (Jo. 14; 26), e mais tarde o Espírito testificou do filho (Jo. 15: 26). A doutrina da trindade é claramente uma doutrina revelada, e não doutrina concebida pela razão humana. De outro modo não poderíamos aprender sobre a natureza íntima da divindade, somente pela revelação (I Cor.2: 16).


A palavra " Trindade" não aparece no novo testamento; é uma expressão teológica, que surgiu no segundo século para descrever a divindade. Mas o planeta Júpter existiu antes de receber ele este nome; e a doutrina da trindade encontrav-se na bíblia antes que fosse tecnicamante chamada "À TRINDADE". O pai ama e envia o filho, o filho veio do pai e voltou para o pai. O pai e o filho enviam o Espírito; O Espírito intercede junto ao pai.





III- A DOUTRINA DOS ANJOS


Angelologia - É o estudo lógico dos anjos.




1) Natureza dos anjos. Foram criados num determinado momento da eternidade, talvez numa era muito remota, mas foram criados.Talvez num momento muito distante, mas nunca se comparam com a eternidade de Deus. Outros podem ter sido criados em momentos diferentes e mais próximos, contudo biblicamente todos foram criados antes mesmo da criação dos seres materiais. Como criaturas, os anjos não devem ser adorados e nem devem ser feitas intercessões a eles. Eles são ordenados por Deus. Pede benção a Deus e Deus concede anjos para guardar. Nunca se pode pedir direto a anjos a guarda e nem agradecer a eles. São espíritos que se manifestam, acampam e guardam o crente. São dotados de inteligência e sabedoria, provenientes de Deus. São gloriosos e hierárquicos. O termo "arcanjo" é aplicado a Miguel. Lúcifer era um arcanjo, igual ou superior a Miguel. Serafim significa "amor ardente e nobre". Situam-se acima do trono de Deus. Querubins, cheios de olhos, rodas dentro de rodas, guardaram a arvore da vida no Éden. Gabriel, pessoa augusta, aparece 4 vezes na bíblia, anunciou a visão a Daniel, anunciou o nascimento de João Batista e Jesus. Todos os anjos são poderosos.


2) Os anjos são agentes de Deus. Estão a disposição e servindo a Deus, ministrando a favor dos santos, guardando os fiéis e os livrando de problemas. São usados para operação e obra de Deus, de bençãos e juizos. Comunicam as boas novas e terão papel decisivo de trabalho na consumação dos séculos.


3) Orígem e queda de Lúcifer, anjos caídos e demônios. Lúcifer era ungido de Deus, rebelou-se e foi amaldiçoado por insubmissão e altivez. Após a rebeldia e maldição, mudou seu caráter e personalidade e passou a ser um agente de tentação que o tempo todo quer desfazer da obra de Deus, e obra do calvário. Ao final, será julgado e trancado eternamente no lago de fogo. Os anjos caidos vieram com Lúcifer, engrossando as fileiras da rebelião, escolheram o seu destino eterno. Estão hoje a serviço de Satanás, como principes deste século com lívre transito na terra e ares (primeiro céu). trabalham no oficio de tentar, possessar e enganar.





IV- A DOUTRINA DO HOMEM


Antropologia - É a ciência (doutrina) que estuda no sentido lógico, o homem.





O homem originou da criação de Deus. Deus na sua infinita existência, pensou em criar algo material e espiritual, para receber adoração e admiração. Depois de ter criado os seres angelicais, criou os seres físicos: Terra e tudo que existe. Quando tudo estava pronto, pensou e criou o homem e dele a mulher. Criado a imagem e semelhança, isto é com atributos de santidade e inocência, criação especial e completamente diferente dos demais seres criados, um coroamento de tudo que foi feito.


1. TEORIA EVOLUCIONISTA. São teorias de homens naturais e filósofos que quando ficam perdidos nos seus conceitos e perguntas da vida, começam a falar o que não sabem e dizer o que não podem provar, ou certo ou errado tem que justificar a sua ciência e nome de sábio. O inglês Charles Darwin foi um deles. Defendeu que homem e animal vieram de mesmo tronco, evoluindo-se a milhões de anos. A bíblia nega e todo cristão legítimo confia na bíblia.


2. A NATUREZA DO HOMEM. É um ser diferente, formado de corpo, alma e espírito. Fisicamente temos 150 ossos, todos eles tem nomes e funções distintas, 500 músculos, 15 kilos de sangue, pulsa 5.850 kilos de sangue-dia, possui 5 litros de ár nos pulmões, possuindo: Oxigênio, hidrogênio, azoto, cloro, enxofre, cálcio, potássio, ferro, óleo, açucar, fósforos suficientes para fazer 2.000 palitos, cal suficiente para pintar 20 metros de parede.


Espiritualmente o homem é obra do criador, o espírito é a sede da imagem do criador, que foi perdida no Éden, mas recuperad no calvário. O espírito é a alma encarnada, a alma continua a viver após a morte, porque é dotada de capacidade de vida; alma e espírito são inseparáveis. O espírito distingue o homem, o identifica e demonstra a sua natureza. A alma é a vida do corpo e quando a alma se retira o corpo automaticamente morre e entra em estado de decomposição. Tanto os homens como os animais irracionais possuem almas ( em Gn. 1: 20, a palavra " vida" é "alma" no original). Poderiamos dizer que as plantas têm alma ( no sentido de um principio de vida), mas não é uma alma conciente. A alma do homem o distingue dos irracionais. Estes possue alma, mas é alma terrena que vive somente enquanto durar o corpo ( Ecl. 3: 21). A alma do homem é vivificada pelo espírito humano. Como "Toda carne não é a mesma carne", assim sucede com a alma; existe alma humana e existe alma dos irracionais. A alma vive a sua vida natural através dos instintos, esses instintos são forças motrizes da personalidade, com as quais o criador dotou o homem para fazê-lo apto a uma existência terrena ( assim como o dotou de faculdades espirituais para capacitá-lo a uma existência celestial ). Os instintos são impulsos inatos, implantado na criatura afim de capacitá-lo a fazer instintivamente o que é necessário para originar e preservar a vida natural. Vejamos os cinco instintos naturais mais importantes: Primeiro, o instinto de auto-preservação nos avisa de perigo e nos capacita a cuidar de nós mesmos. O segundo, é o instinto de aquisição (conseguir), que nos capacita a adiquirir as provisões para o sustento próprio. O terceiro é o instinto de busca de alimento, o impulso que leva a satisfazer a fome natural. O quarto, é o instinto de reprodução que conduz a parpetuação da espécie. O quinto é o instinto de domínio que conduz a exercer iniciativa própria necessária para o desempenho da vocação e de responsabilidades. O registro desses dotes (ou instintos) do homem concedidos pelo criador acha-se nos dois primeiros capitulos do livro de Gênesis. O instinto da auto-preservação implica a proibição e o aviso: "Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás porque no dia em que dela comeres certamente morrerás". O instinto de aquisição aparesce no fato de Adão ter recebido das mãos de Deus o lindo jardim do Éden. O instinto de busca de alimento percebe-se nas palavras: "Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão sementes, as quais se acham sobre a face de toda a terra, e todas as árvores que há fruto que dê semente servos-ão para alimento". Ao instinto de reprodução referem-se estas declarações: " Homem e mulher os criou". "Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai, multiplicai-vos". Ao quinto instinto, domínio, refere-se o mandamento: "Enchei a terra, e sujeitai-a; Deus ordenou que as criaturas inferiores fossem governadas primeiramente pelos instintos, mas o homem foi levado a diguinidade de possuir o dom do lívre arbítrio e a razão, com os quais poderia disciplinar-se a si mesmo e tornar-se árbitro do seu próprio destino. Como guia para o regulamento das faculdades do homem, Deus impôs uma lei, o entendimento do homem quanto a essa lei produziu uma concência, que siginifica literalmente "com conhecimento". Quando o homem deu ouvidos à lei, teve a conciência esclarecida; quando desobedeceu a Deus, sofreu pois a conciência o acusava. A alma concientemente e voluntariamente, é que usa o corpo para pecar contra Deus. Essa combinação de alma pecaminosa e corpo humano constituem o que se conhecem como " corpo do pecado" (Rom. 6: 6), ou "a carne" (Gl. 5: 24). A inclinação e desejo da alma para usar o corpo dessa maneira se descreve como "a mente carnal" (Rom. 8: 7). Visto que o homem pecou com o corpo, será julgado segundo "o que fez por meio do corpo" (II Cor. 5: 10). Isso envolve uma ressurreição (Jo. 5: 28,29). Quando "a carne" é condenada, a referência não é ao corpo material ( o elemento material não pode pecar), mas ao corpo usado pela alma pecadora. É a alma que peca." A alma que pecar essa morrerá" ( ).


3) IMAGEM DE DEUS. Fomos criados a imagem e semelhança de Deus. Assim também reconhecem os sábios, filósofos e poetas. Alguns querem explicar que imagem é quanto a forma física que Deus pode aparecer em determinado momento e outros afirmam que semelhança pode ser a constituição espiritual do homem, espírito x espírito. Outros conceitos vieram e também de reformadores, mas em nada muda o caráter espiritual da criação e meio de reconciliação do homem e Deus, por meio do sangue do cordeiro. O homem foi uma criação por cima de uma primeira criação e com elementos daquilo que já havia sido criado. Homem veio do latim "homo = humus = terra. Adão siguinifica tirar a vida da terra. Temos a semelhança natural, moral e futuramente iremos ser semelhantes a Cristo, " assim como ele é".


4) UNIDADE DA RAÇA HUMANA. Toda raça humana foi criada por Deus, e apenas no momento do Éden. De Adão, descendem todas as demais raças. Do ano da criação até Noé, foram 1.656 anos, daí zerou tudo, e regredindo de Cristo até Nóe, foram não menos que 4.430 anos. Portanto a idade do homem na terra é de 8.816 anos. Considerando que estamos no ano 2.010, depois de Cristo. Dos filhos de Noé (Sem, Cão e Jafé), surgiram todas as raças da terra. Os descendentes de Cão, povoaram as terras da África: Os semitas povoaram as terras dos caldeus, região do rio Tigre e do rio Eufrates,Assíria, Ásia, Arabia e partes da Europa. Os jafinitas foram para a Europa: Grécia, Itália, França e Espanha; India e Pérsia, Iugoslávia e Áustria, Alemanha, Inglaterra, Escócia e outros países.


As mudanças climáticas, cataclismo, influências vulcãnicas e diverssos acontecimentos extra-naturais, fizeram com que as características físicas definissem fisionomias diferenciadas. A própria ciência confirma a pregação do apóstolo Paulo no aeropágo de Atenas na Grécia (At. 17: 26). A história aprova a unidade da raça humana, a filologia já descobriu que todas as línguas vieram de apenas uma, concordando com o relato bíblico da torre de babel, cerca do ano 4.000 mais ou menos, derivando 58 idiomas do hebraico de Noé, de Enoque, de Abel e de Adão. Sendo hebraico, Deus também falou em hebraico quando conversava com Adão no Éden. A ciencia da psicologia também confirma que as almas de todo ser humano tem que descender de um só tronco e deve existir algo que interliga o ser humano a um ser superior. Faltou coragem à ciência para afirmar que Deus foi o criador e que ele governa o ser humano e é ligado aqueles que são regenerados pela obra de Cristo.


5) A QUEDA DO HOMEM. O ser humano foi criado por Deus e recebeu ordens para fazer determinada coisa, desobedeceu e caiu da graça de Deus. A ordem visava testar a capacidade de obediência do homem e promover o crescimento: Leis são feitas para serem seguidas e cumpridas e não para serem desobedecidas e punir os infratores; contudo existem as penas, para moralizar a lei e dar autoridade ao legislador, livremente o homem optor por cair. Olhou, desejou, tomou, comeu e morreu. A morte chegou, tanto física quanto espiritual, rompendo a comunhão com Deus. Para acompanhar a morte física, vieram as doenças, medo e fuga, maldição sobre a serpente e demais animais com ferocidade, má sorte para a mulher, dificuldade de alimentação e custos, conhecimento prático do mal, expulsão do paraíso; e quanto a morte espiritual o homem perdeu a moral com Deus, incompatibilidade com a vontade de Deus, escravidão e pecado ao diabo.




V- A DOUTRINA DO PECADO


Hamartiologia - É o estdo lógico do pecado: Sua orígem, sua natureza e suas consequências.






I) A origém do pecado. O terceiro capítulo do livro de Gênesis oferece os pontos chaves que caracterizam a história espiritual do homem, as quais são: A tentação, a culpa, o juízo, e a redenção.


1) A tentação: Sua possibilidade, orígem e sutileza.


a) A possibilidade da tentação. O segundo capítulo do livro de Gênesis relata o fato da queda do homem, informando acerca do primeiro lar do homem, sua inteligência, seu serviço no jardim do Éden, as duas árvores, e o primeiro matrimônio. Menciona especialmente as duas árvores do destino - a árvore da ciência do bem e do mal e a árvore da vida. " E não é essa realmente a essência do caminho da vida encontrada através das escrituras? ( Vide Deut. 30: 15).Observemos a árvore proibida. Porque foi colocada alí? Para prover um teste pelo qual o homem pudesse, amorosa e livremente, escolher servir a Deus e dessa maneira desenvolver seu caráter. Sem vontade lívre o homem teria sido meramente uma máquina.


b) A Orígem da tentação. " Ora, a serpente era mais astuta que todos os animais do campo que o Senhor tinha feito. "É razoável deduzir que a serpente, que naquele tempo deveria ter sido uma criatura formosa, foi o agente empregado por Satanás, o qual já tinha sido lançado fora do céu antes da criação do homem. (Ez. 23: 17; Is. 14: 12-15). Por essa razão, Satanás é descrito como " essa antiga serpente, chamada o Diabo" (Apc. 12: 9). Geralmente Satanás trabalha por meio de seus agentes. Quando Pedro (embora sem má intenção) procurou dissuadir seu mestre da senda do dever, Jesus olhou além de Pedro, e disse, " Pra trás de mim, Satanás" (Mat. 16: 22,23). Neste caso Satanás trabalhou por meio de um dos amigos de Jesus; No Éden empregou a serpente, uma criatura da qual Eva não desconfiava.


c) A sutileza da tentação. A sutileza é mencionada como caracterítica da serpente. ( vide Mat. 10: 16). Com grande astúcia ela ofereçe sugestões, as quais, ao serem abraçadas, abrem caminho a desejos e atos pecaminosos. Ela começa falando com a mulher, o vaso mais frágil, que, além dessa circunstância não tinha ouvido diretamente a proibição divina.(Gn. 2: 16,17). E ela espera até que Eva esteja só. Note-se a astúcia na aproximação. Ela torce as palavras de Deus (Vide Gn. 3: 1 e 2: 16,17) e então finge surpresa por estarem assim torcidas; dessa maneira ela, astutamente, semeia dívida e suspeita no coração da ingênua mulher, e ao mesmo tempo inssinua que está bem qualificada para ser juíz quanto à justiça de tal proibição. Por meio da pergunta no versículo 1, lança a triplice dúvida acerca de Deus. (1) Dúvida sobre a bondade de Deus. Ela diz, com efeito; "Deus está retendo alguma benção de ti." (2) Dúvida sobre a retidão de Deus. "Certamente não morrereis." Isto é," Deus não pretendia dizer o que disse." (3) Dúvida sobre a santidade de Deus. No versículo 5 a serpente diz, com efeito:"Deus vos proibiu comer da árvore da vida porque tem inveja de vós. Não quer que chegueis a ser sábios tanto quanto ele, de modo que vos mantém em ignorância. Não é porque ele se interesse por vós, para salvar-vos da morte, e sim por interesse dele, para impedir que chegueis a ser semelhantes a ele. "Quanta sutileza!


2) A culpa. Notemos a evidência de uma conciência culpada.


a) "Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus". Expressão usada para indicar esclarecimento milagroso ou repentino. (Gn. 21:15; II Re. 6: 17). As palavras da serpente (v. 5) cumpriram-se; porém, o conhecimento adquirido foi diferente do que eles esperavam. Em vez de fazê-los semelhantes a Deus, experimentaram um miserável sentimento de culpa que os fez ter medo de Deus. Notemos que a nudez física é um quadro de uma consciência nua ou culpada. Os distúrbios emocionais refletem-se muitas vezes em nossas feições.


Quando Adão e Eva pecaram, a comunhão com Deus foi interrompida; o corpo venceu o espírito, e ali começou esse conflito entre a carne e o espírito (Rom. 7: 14-24), que tem sido a causa de tanta miséria.


b) "E coseram para si aventais". Assim como a nudez física é sinal de uma consciência culpada, da mesma maneira, o procurar cobrir a nudez é um quadro que representa o homem a procurar cobrir sua culpa com a indumentária do esquecimento ou o traje das desculpas. Mas somente uma veste feita por Deus pode cobrir o pecado (v. 21).


3) O juízo.


a) Sobre a serpente. "Porque fizeste isso, maldita serás mais que toda besta, e mais que todos os animais do campo; Sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. A serpente, depois que veio a ser o instrumento para a queda do homem, tornou-se maldita e desgracada na escala da criação animal. É da vontade de Deus, fazer da maldição da serpente, um tipo de profecia da maldição sobre o Diabo e sobre todos os poderes do mal. O homem deve reconhecer, pelo castigo da serpente, como a maldição de Deus ferirá todo pecado e maldade; arrastando-se no pó recordaria ao homem o dia em que Deus derribará até o pó, o poder do Diabo. Isto é um estimulo para o homem: Ele, o tentador, está em pé, erigido, enquanto a serpente está sobre a maldição. Pela graça de Deus o homem pode ferir-lhe a cabeça - pode vencer o mal (Lc. 10: 18; Rom. 16: 20; Apc. 19: 9; 20: 1-3,10).


b) Sobre a mulher. "E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua concepção; com dor terás filhos; e o teu desejo será para teu marido, e ele te dominará"(Gn. 3: 16).


O pecado tem corrompido todas as relações da vida, mui particularmente a relação matrimonial. Em muitos paises a mulher é praticamente a escrava do homem; a posição e a condição triste de meninas viúvas e meninas mães na India tem sido um fato horrível em cumprimento dessa maldição.


c) Sobre o homem. O trabalho para o homem já tinha sido designado (Gn. 2: 15). O castigo consiste no afã, nas decepções e aflições que muitas vezes acompanham o trabalho. A agricultura especificada em particula, porque sempre tem sido um dos empregos humanos mais necessários. De alguma maneira misteriosa a terra e a criação em geral tem participado da maldição e da queda do seu senhor (o homem) porém estão destinados a participar de sua redenção. Este é o pensamento de Rom. 8: 19-23. Em Isa. 11: 1-19 e 65: 17-25, temos exemplos de versículos que predicam a remoção da maldição da terra durante o milênio. Além da maldição física que se apossou da terra, também é certo que o capricho e o pecado humanos têm dificultado de muitas maneiras o labor e provocado as condições de trabalhos mais dificieis e mais duras para o homem.


Vejamos a pena de morte: "Porquanto és pó, e em pó te tornarás." O Homem foi criado capaz de não morrer fisicamente; teria existência física indefinidamente se tivesse preservado sua inoçência e continuasse a comer da árvore da vida. Ainda que volte a comunhão com Deus ( e dessa maneira vença a morte espiritual) por meio do arrependimento e da oração, não obstante, deve voltar ao seu criador através da morte. visto que a morte faz parte da pena do pecado, a salvação completa deve incluir a ressurreição do corpo.(I Cor. 15: 54-57). Não obstante, certas pessoas, como Enoque, terão o privilégio de escapar da morte física. (Gn. 5: 24; I Cor. 15: 51).


4) A redenção. Os três primeiros capítulos de Gênesis contém as três revelações de Deus, que por toda a bíblia figuram em todas as relações de Deus com o homem. O criador, que trouxe tudo à existência. (Cap. 1), o Deus do pacto que entra em relações pessoais com o homem (Cap. 2); O redentor, que faz provisão para a restituição do homem (Cap. 3).


a) A Redenção Prometida. (Gn. 3: 15). (1) - A serpente procurou fazer aliança com Eva contra Deus, mas Deus porá fim a essa aliança. "E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente (descendentes) e a sua semente. "Em outras palavras, haverá uma luta constante entre o homem e o poder maligno que causou a sua queda. (2) - Qual será o resultado desse conflito? Primeiro, vitória para a humanidade, por meio do representante do homem, a semente da mulher. "(Ela, a semente da mulher) te ferirá a cabeça". Cristo, a semente da mulher, veio ao mundo para esmagar o poder (a mentira) do Diabo. (Mt. 1: 23, 25; Lc. 1: 31-35, 76; Is. 7: 14; Gal. 4: 4; Rom. 16: 20; Col. 2 :15; Heb. 2: 14,15; I Jo. 3: 8; 5: 5; Apc. 12: 7,8,17; 20: 1-3, 10). (3) - Porém a vitória não será sem sofrimento. "E tu (a serpente) lhe ferirás o calcanhar". No calvário a serpente feriu o calcanhar da semente da mulher; mas este ferimento trouxe a cura para a humanidade. (Is. 53: 3,4,12; Dn. 9: 26; Mt. 4: 1-10; Lc. 22: 39-44, 53; Jo. 12: 31-33; 14: 30,31; Heb. 2: 18: 5: 7; Apc. 2: 10 ).


b) A Redenção prefigurada. (v. 31). Deus matou um animal, uma criatura inocente, para poder vestir aqueles que se sentiam nus a sua vista por causa do pecado. Do mesmo modo, o pai deu seu filho, o inocente, à morte, afim de prover uma cobertura expiatória para as almas dos homens.


II) A Natureza Do Pecado. Que é pecado? A bíblia usa uma variedade de termos para expressar o mal de ordem moral, os quais nos explicam algo de sua natureza. Um estudo desses termos, nos originais hebraico e grego, proporcionará a definição bíblica do pecado.


1) O Ensino Do Antigo Testamento. O pecado considerado - As diferentes palavras hebraicas descrevem o pecado operado nas seguintes esferas: a) Moralmente usado para o pecado significa "errar o alvo". Descreve as seguintes ideias: (1) Errar o alvo, como um arqueiro que atira mais erra, do mesmo modo, o pecador erra o alvo final da vida. (2) Errar o caminho, como um viajante que sai do caminho certo. (3) Ser achado em falta ao ser pesado na balança de Deus.


Em Gênesis 4: 7, onde a palavra é mencionada pela primeira vez, o pecado é personificado como uma besta feroz pronta para lancar-se sobre quem lhe der ocasião.


2) Outra Palavra Significa Literalmente "Tortuosidade", e é muitas vezes traduzida por "perversidade". É, pois, o tontrário de retidão, que siginifica literalmente, o que é reto ou conforme um ideal reto.


3) Palavra Que Se Traduz Por "Mal", exprime o pensamenmto de vilência ou inflação, e descreve o homem por infringir ou violar a lei de Deus.


b) Conduta Fraternal. A palavras usadas para determinar o pecado nessa esfera, significa violência ou conduta injuriosa. (Gn. 6: 11; Ez. 7: 23; Pv. 16: 29). Ao excluir a restrição da lei, o homem maltrata e oprime seus semelhantes.


c) Santidade. As palavras usadas para descrever o pecado nesta esfera implicam que o ofensor já usufruiu da relação com Deus. Toda a nação israelita foi constituida em "um reino de sacerdotes", cada membro considerado como estando em contato com Deus e seu santo tabernáculo. Portanto, cada israelita era santo, isto é, separado para Deus, e toda a atividade e esfera de sua vida estavam reguladas pela lei da santidade. As coisas fora dessa lei eram "profanas" (o contrário de santas), e o que participava dela se tornava "imundo" ou contaminado. (Lc. 11: 24,27,31,33,39). Se persistisse na profanação, era considerado uma pessoa irreligiosa, ou profana. (Lev. 21: 14; Heb. 12: 16). Se acaso se rebelasse e deliberadamente repudiasse a jurisdição da lei da santidade, era considerado "transgressor". (Sal.37: 38; 51: 13; Is. 53: 12).


Se prosseguia neste último caminho, era julgado como criminoso, e tais eram os publicanos, na opinião dos contemporâneos do nosso Senhor Jesus.


d) Verdade. As palavras que descrevem o pecado nesta esfera dão enfase ao inútil e fraudulento elemento do pecado. Os pecadores falam e tratam falsamente (Sal. 58: 3; Is. 28:15), representam falsamente e dão falso testemunho (Ex. 20: 16; Sal. 119: 128; Pv. 19: 5,9). Tal atividade é "vaidade" (Sal. 12: 2; 24: 4; 41: 6), isto é, vazia e sem valor. O primeiro pecador foi um mentiroso ( Jo. 8: 44); o primeiro pecado começou com uma mentira (Gn. 3: 4), e todo pecado contém o elemento do engano (Heb. 3: 13).


c) Sabedoria. Os homens se portam impiamente porque não pensam ou não querem pensar corretamente; não dirigem suas vidas de acordo com a vontade de Deus, seja por descuido ou por deliberada ignorância. (1) Muitas exortações são dirigidas aos "simples" Prov. 1: 4,22; 8: 5). Essas palavras descrevem o homem natural, que não se desenvolveu, quer na direção do bem , quer do mal; sem principios fixos, mas com uma inclinação natural para o mal, a qual pode ser usada afim de seduzi-lo. Falta lhe firmeza e fundamento moral; ele ouve mais esquece; portanto é facilmente conduzido ao pecado (Mt. 7: 26). (2) Muitas vezes lemos acerca desses"faltos de entendimento" (Pv. 7: 7; 9: 4), isto é, aqueles que por falta de entendimento, mais do que por propensão pecaminosa, são vítimas do pecado. Faltos de sabedoria, são conduzidos a expressar precipitados juízos acerca da providência divina e das coisas além da sua compreensão. Desse modo precipitam-se na impiedade. Tanto essa classe, como os "simples", são indesculpáveis porque as escrituras apresentam o Senhor oferecendo gratuitamente - sim, rogando-lhes que aceitem aquilo que os fará sábios para a salvação (Pv. 8: 1-10). (3) A palavra traduzida "insensato" (Pv. 15: 20). descreve uma pessoa capaz de fazer o bem, contudo está presa as coisas da carne e facilmente é conduzida ao pecado pelas suas inclinações carnais. Não se disciplina a si mesma nem guia as suas tendências de acordo com as leis divinas. (4) O "escarnecedor" (Sal. 1: 1; Pv. 14: 6) é o homem ímpio que justifica sua impiedade com argumentos racionais contra a exitência ou realidade de Deus, e contra as coisas espirituais em geral. Assim "escarnecedor" é a palavra do antigo testamento equivalente a nossa moderna palavra "infiel", e a expressão "roda dos escarnecedores" provavelmente se refere à sociedade local dos inféis.


2) O Ensino Do Novo Testamento. O pecado descrito como: a) Errar o alvo, que expressa a mesma ideia que a conhecida palavra do antigo testamento. b) Dívida. (Mt. 6: 12). O homem deve ( a palavra "deve" vem de dívida) a Deus a guarda dos seus mandamentos; todo pecado cometido é contração de uma dívida. Incapaz de paga-la, a única esperança do homem é ser perdoado, ou obter remissão da dívida. c) Desordem. "o pecado é iniquidade" literalmente " desordem", I Jo. 3: 4). O pecador é um rebelde e um idólatra porque deliberadamente quebra um mandamento, ao escolher sua propria vontade em vez de escolher a vontade de Deus; pior ainda, está se convertendo como lei para si mesmo e dessa maneira, fazendo do eu uma divindade. O pecado comecou no coração daquele exaltado anjo que disse:"Eu farei" em oposição à vontade de Deus. (Is. 14: 13,14). O proeminente "o sem lei" (tradução literal de "iníquo"), porque se exalta a si mesmo sobre tudo que é adorado ou chamado Deus. (II Tess. 2: 4-9). O pecado é essencialmente obstinação é essencialmente pecado. d) Desobediência, literalmente, "ouvír mal"; ouvir com falta de atenção.(Heb. 2: 2.) " Vede pois como ouvís" (Lc. 8: 18). e) Transgressão, literalmente, "ír além do limite"(Rom. 4: 15). Os mandamentos de Deus são cercas, por assim dizer, que impedem ao homem entrar em território perigoso e dessa maneira sofrer prejuízo a sua alma. f) Queda, ou falta, ou cair para um lado (Ef. 1: 7) no grego, donde a conhecida expressão, cair no pecado. Pecar é caír de um padrão de conduta. g) derrota é o significado literal da palavra "queda" em Rom. 11; 12. Ao rejeitar a cristo, a nação judaica sofreu uma derrota e perdeu o propósito de Deus. h) Impiedade, de uma palavra que siguinifica "sem adoração, ou reverência". (Rom. 1: 18; II Tim. 2: 16). O homem impio é o que dá pouca importância ou até mesmo nenhuma importância a Deus e as coisas sagradas. Estas não produzem nele nenhum sentimento de temor a reverência. Ele está sem Deus porque não quer saber de Deus. i) O erro (Heb. 9: 7) descreve aqueles pecados cometidos como fruto da ignorância, e dessa maneira se diferenciam daqueles pecados cometidos presuncosamente, apesar da luz esclarecedora. O home que desafiadoramente decide fazer o mal, incorre com maior grau de culpa, do que aquele que é apanhado com falta, a que foi levado por sua deliberalidade.


III) Consequência Do Pecado. O pecado é tentar um ato como um estado. Como rebelião contra alei de Deus, é um ato de vontade do homem; como separação de Deus, vem a ser um estado pecaminoso. Dessa maneira as escrituras descrevem dois efeitos do pecado sobre o culpado: Primeiro, é seguido por consequencias desastrosas para sua alma; Segundo, trará da parte de Deus o positivo decreto de condenação.


1) Fraqueza Espiritual.


a) Desfiguração da imagem divina. O homem não perdeu completamente a imagem divina, porque ainda em sua posição descaída é considerado uma criatura à imagem de Deus (Gn. 9: 6; Tg. 3: 9) uma verdade expressa no proverbio popular; "Há algo de bom no pior dos homens." Maudesley, o grande psiquiatra inglês, sustenta que a magestade inerente da mente humana evidencia-se até mesmo na ruína causada pela loucura.


Apesar de não está inteiramente perdida, a imagem divina no homem encontra-se muito desfigurada. Jesus Cristo veio ao mundo tornar possível ao homem a recuperação completa da semelhança divina por ser recriado a imagem de Deus - ( Gal. 3: 10).


b) Pecado inerente, ou "pecado original". O efeito da queda arraigou-se tão profundamente na natureza humana que Adão, como pai da raça, transmitiu a seus descendentes a tendência ou inclinação para pecar. (Sal. 51: 5). Esse impedimento espiritual e moral, sob o qual os homens nascem, é conhecido como pecado original. Os atos pecaminosos que seguem durante a idade de plena responsabilidade do homem são conhecidos como "pecado atual". Cristo, o segundo Adão, veio ao mundo resgatar-nos de todos os efeitos da queda. (Rom. 5: 12-21).


Esta condição moral da alma é descrita de muitas maneiras: Todos pecaram (Rom. 3: 9); todos estão debaixo da maldição (Gl. 3: 10); o homem natural é estranho às coisas de Deus (I Cor. 2: 14); o coração natural é enganoso e perverso (Jer. 17: 9). A natureza mental e moral é corrupta (Gn. 6: 5; 8: 21; Rom. 1: 19-31); a mente carnal é inimizade contra Deus ( Rom. 8: 7, 8); o pecador é escravo do pecado (Rom. 6: 17; 7: 5); é controlado pelo principe das potestades do ar(Ef. 2: 2); está morto em ofensas e pecados (Ef. 2: 1); e é filho da ira (Ef. 2: 3).


c) Discordia interna. No principio, fez Deus o corpo do homem do pó, dotando-o, desse modo, de uma natureza física ou inferior, depois soprou em seu nariz o folego de vida, comunicando-lhe assim uma natureza mais elevada, unindo-o a Deus. Era o propósito de deus a harmonia do ser humano, ter o corpo subordinado à alma. Mas o pecado interrompeu a relação de tal maneira que o homem se encontrou dividido em si mesmo;o "eu" oposto ao "eu" em guerra entre a natureza superior e a inferior. Sua natureza inferior, frágil em si mesma, rebelou-se contra a superior e abriu as portas do ser ao inimigo. Na intensidade do conflito, o homem exclama; "miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? (Rom. 7: 24).


O "Deus de paz" (I Tess. 5: 23), subjuga os elementos beligerantes da natureza do homem e santifica-o no espírito, alma e corpo. O resultado é a bem aventurança interna - "justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo" (Rom. 14: 17).


2) Castigo Positivo. "No dia em que dela comeres certamente morrerás" (Gn. 2: 17);"O salário do pecado é a morte" (Rom. 6: 23).


O homem foi criado capaz de viver eternamente; istoé, não moreria se obdecesse à lei de Deus. Para que podesse "lançar mão" da imortalidade e da vida eterna, foi colocado sob um pacto de obras, figurado pelas duas árvores - a árvore do bem e do mal e a árvore da vida. Desse modo, a vida estava condicionada à obediência; enquanto Adão observasse a lei da vida teria direito à árvore da vida. Mas desobedeceu; quebrou o pacto da vida, e ficou separado de Deus, a fonte da vida. Desde esse momento, teve a morte o seu início e foi consumada na morte física com a separação da alma e do corpo. O castigo incluía mais do que uma morte física; a dissolução física era uma indicação do desagrado de deus, do fato que o homem estava sem contato com a fonte da vida. Ainda que Adão se tivesse reconciliado mais tarde com o seu criador, a morte física continuaria de acordo com o decreto divino: "No dia em que dela comeres certamente morrerás". "Somente por um ato de redenção o homem teria outra vez direito à árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus. Por meio de Cristo a justiça é restaurada à alma, a qual, na ressurreição, é reunida a um corpo glorificado.


Vemos então que a morte física veio ao mundo como castigo, e, nas escrituras, sempre que o homem é ameacado com a morte como castigo pelo pecado, significa primeiramente a perda do favor de Deus.


Assim, o pecador já está "morto em ofenssas e pecados" e no momento da morte física ele entra no mundo invisível na mesma condição. Então no grande julgamento o juíz pronunciará a sentença da segunda morte, que, envolve "indignação e ira, tribulação e angústia"(Rom. 2: 7-12). De maneira que a "morte", como castigo, não é a extinção da personalidade, e, o meio de separação de Deus. Há três fazes dessa morte: Morte espiritual, enquanto o homem vive (Ef. 2: 1; I Tim. 5: 6); morte física (heb. 9: 27); e a segunda ou morte eterna (Apc. 21: 8; Jo. 5: 28,29; II Tes. 1: 9; Mt. 25: 41).


Por outro lado, quando as escrituras falam da vida como recompensa pela justiça, isso siguinifica mais do que existência, pois os ímpios existem no inferno. Vida significa viver em comunhão com deus e no seu favor - comunhão que a morte não pode interromper ou destruir. (Jo. 11: 25,26). É uma vida que proporciona união conciente com deus, a fonte da Vida."E a vida eterna é esta; Que te conheçam a ti só (em experiência e comunhão) por único deus verdadeiro, e a jesus cristo, a quem enviaste" (Jo. 17: 3). A vida eterna é uma existência perfeita; e a morte eterna é uma existência má, miserável e degradada. À palavra "destruição", usada quanto à sorte dos ímpios (Mt. 7: 13; Jo. 17: 12; II Tess. 2: 3), não significa extinção. De acordo com o grego, perecer ou ser destruído, não significa extinção e sim ruína. Da mesma maneira, o pecador que perece, ou que é destruido, não é reduzido a nada, mas experimenta a ruína que concerne a desfrutar comunhão com Deus e a vida eterna. O mesmo uso ainda existe hoje; quando dizemos: "Sua vida está arruinada", não queremos dizer que o homem está morto, e , sim, que perdeu o verdadeiro alvo ou objetivo da vida.




VI- A DOUTRINA DE JESUS CRISTO


Cristologia - è o estudo lógico do Senhor Jesus Cristo: sua natureza, seus nomes, seus oficios e a sua obra.


I- Sua Natureza


1) Filho de Deus (deidade). Da mesma forma como "filho do homem" significa um nascido do homem, assim também "filho de Deus" siginifica um nascido de Deus. Por isso dizemos que este titulo proclama a deidade de Cristo. Jesus nunca é chamado um filho de Deus, como os homens e os anjos são chamados filhos de Deus (Jó 2: 1). Ele é o filho de Deus no sentido único. Jesus é descsito mantendo uma relação para com Deus não participada por nenhuma outra pessoa no universo.


Para explicar e confirmar essa verdade consideremos o seguinte:


a) consciência de si mesmo. Qual era o conteúdo do conhecimento de Jesus acerca de si mesmo; isto é, que sabia Jesus de si mesmo? O Dr. lucas, o único escritor que relata um incidente da infância de Jesus, diz-nos que com a idade de doze anos (pelo menos) Jesus conscio de duas coisas: Primeira, uma revelação especial para com Deus a quem ele descreve como seu pai; Segunda, uma missão especial na terra - "Nos negócios de meu pai".


Exatamente como e quando este conhecimento veio a ele, deve permanescer um mistério para nós. Quando penssamos em Deus vindo a nós em forma humana devemos reverentemente exlamar: "Grande é o mistério da piedade!" Não obstânte tratar-se de mistério, a seguinte ilustração pode ser proveitosa. Ponde uma criancinha diante de um espelho; ela se verá, porém, sem se reconhecr. Mas virá o tempo quando ela há de saber que a imagem refletida representa sua própria identidade. Não poderia ter sido assim com o Senhor Jesus Cristo? Ele sempre foi o filho de Deus, porém chegou o tempo quando, depois de estudar as escrituras relacionadas com o messias de Deus, raiou em sua mente o conhecimento íntimo, de que ele, o filho de Maria, não era outro senão o Cristo de Deus. Em vista de o eterno filho de Deus ter vivido uma vida perfeitamente natural e humana, é razoável pensar que o autoconhecimento de sua deidade houvesse surgido dessa maneira.


No rio Jordão Jesus ouviu a voz do pai corroborando e confirmando o seu conhecimento íntimo (Mt. 3: 17), e no deserto resistiu com exito à tentação de Satanás de faze-lo duvidar de sua filiação ("Se tu és o filho de Deus..." (Mt. 4: 3). Mas tarde em seu ministério louvou a Pedro pelo testemunho divinamente inspirado concernente à sua deidade e ao seu caráter messiânico. (Mt. 16: 15-17). Quando diante do conselho judaico, Jesus poderia ter escapado à morte, negando sua filiação ímpar e simplismente afirmando que ele era um dos filhos de Deus no mesmo sentido em que são todos os homens; porém, sendo-lhe exigido juramento pelo sacerdote, ele declarou sua conciência de divindade, apesar de saber que isso siginificaria a sentença de morte. (Mt. 26: 63-65).

b) As Reinvidicações De Jesus. Ele se colocou lado a lado com a atividade divina. "Meu pai trabalha até agora, e eu trabalho também". "Saí do pai" (Jo. 16: 28). "O pai me enviou" (Jo. 20: 21). Ele reinvindicava uma comunhão e um conhecimento divinos. (Mt.11: 27; Jo. 17: 25). alegava revelar a essencia do pai em si mesmo. (Jo. 14: 9-11). Ele assumiu prerrogativas divinas: Onipresença (Mt. 18: 20); poder de perdoar pecados (Mc. 2: 5-10); poder de ressucitar os mortos. (Jo. 6: 39,40,54; 10: 17,18; 11: 25). Proclamou-se juíz e árbitro do destino do homem. (Jo. 5: 22; Mt. 25: 31-46). Ele exigia uma lealdade e uma rendição que somente Deus por direito podia reinvindicar; insistia em uma absoluta rendição da parte dos seus seguidores. Eles deviam estar prontos a cortar os laços mais íntimos e mais queridos, por que qualquer que amasse mais o pai ou a mãe do que a ele, não era digno dele. (Mt. 10: 37; Lc. 14: 25-33).

Essas veementes reivindicações foram feitas por um que viveu como o mais humilde dos homens, e foram declaradas de modo simples e natural; por exemplo, Paulo com igual simplicidade diria "sou homem e judeu". Para chegar-se a conclusão de que Cristo era divino é necessário admitir somente duas coisas: Primeira, que Jesus não era um homem mau; Segundo, que ele não era demente. Se ele dissesse qu era divino, sabendo que não o era, então não poderia ser bom; se ele falsamente se imaginasse Deus, então não poderia ser sábio. Porém nenhuma pessoa sensata sonharia em negar o caráter perfeito de Jesus ou sua superior sabedoria. Em consequÇencia, é inevitável concluir que ele era o que ele próprio disse ser - o filho de Deus, em sentido único.

c) A Autoridade De Cristo. Nos ensinos de Cristo nota-se a completa ausência de expressões como estas: "É minha opnião"; "pode ser"; "penso que..."; "bem podemos supor", etc. Um dito judeu racionalista admitiu que ele falava com a autoridade do Deus poderoso. O Dr. Henry Dyke assinala que no sermão da montanha, por exemplo, temos: A preponderante visão de um hebreu crente colocando-se a si mesmo acima da autoridade de sua própria fé; um humilde mestre afirmando autoridade suprema sobre toda a conduta humana; um reformador moral pondo de lado todos os demais fundamentos, dizendo: "todo aquele, pois, que escuta minhas palavras e as pratica, assemelha-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha... (Mt. 7: 24)"quarenta e nove vezes, nesse breve registro do discurso de Jesus, repete-se a solene frase com a qual ele autentica a veradade; "Em verdade vos digo".

d) A Impecalibilidade De Cristo. Nenhum professor que chame os homens ao arrependimento pode evitar algumas referências às suas próprias faltas ou imperfeições; em verdade, quanto mais santo ele é, mais lamentará e reconhecerá suas próprias limitações. Porém, nas palavras e nas obras de Jesus há uma ausência completa de conhecimento ou confissão de pecado. Embora possuisse profundo conhecimento do mal e do pecado, em sua alma não havia a mais leve sombra ou mácula de pecado. Ao contrário, ele, o mais humilde dos homens, desafiou a todos: "Quem dentre vós me convençe de pecado?" (Jo. 8: 46).

e) O Testemunho Dos Discipulos. Jamais algum judeu pensou que Moisés fosse divino. Nem o seu discípulo mais entusiasta nunca lhe teria atribuido uma declaração como esta: "Batizando-as em nome do pai, e de Moisés, e do Espírito Santo". (Mt. 28: 19). E a razão disso é que Moisés nunca falou nem agiu como quem procedesse de Deus efosse participante de sua natureza. Por outro lado, o novo testamento expõe este milagre: Aqui está um grupo de homens que andava com Jesus e que o viu em todos os aspectos característicos de sua humanidade - que, no entanto, mais tarde o adorou como divino, o proclamou como o poder para a salvação e invocou o seu nome em oração. João, que se reclinava no peito de Jesus, não hesitou em dele falar como sendo Jesus o eterno filho de Deus, que criou o universo (Jo. 1: 1,3), e relatou, sem nenhuma hesitação ou desculpa, o ato da adoração de Tomé e a sua exclamação: "Senhor meu, e Deus meu!" (Jo. 20: 28). Pedro, que tinha visto o seu mestre comer, beber e dormir, que o havia visto chorar - enfim, que tinha testemunhado todos os aspectos da sua humanidade, mais tarde disse aos judeus que Jesus está `a destra de Deus; que ele possui a prerogativa de conceder o Espírito Santo (At. 2: 33,36); que ele é o único caminho da salvação (At. 4: 12); quem perdoa os pecados (At. 5: 31; e é o juíz dos mortos. (At. 10: 42). Em sua segunda epístola (3: 18) ele o adora, atribuindo-lhe "gloria assim agora como no dia da eternidade".

Nenhuma prova existe de que Paulo o apóstolo tivesse visto Jesus em carne, (apesar de tê-lo visto glorificado), mas esteve em contato direto com aqueles que o tinham visto. E este Paulo, que jamais perdera essa reverência para com Deus, reverência que desde a sua mocidade estava nele profundamente arraigada, contudo, com perfeita serenidade descreve Jesus como "O grande Deus e nosso salvador" (Tt. 2: 13); apresenta-o como encarnado a plenitude da divindade (Col. 2: 9), como sendo o criador e sustentador de todas as coisas. (Col. 1: 17). Como tal, seu nome deve ser invocado em oração (I Cor. 1: 2; vide At. 7: 59), e seu nome está associado com o do pai e o do Espírito Santo nas bençãos (II Cor. 13: 14).

Desde o principio a igreja primitiva considerava e adorava a Cristo como divino. No principio do segundo século um oficial romano relatou que cristãos costumavam reunir-se de madrugada para "cantar um hino de adoração a Cristo, como se fosse a Deus". Um autor pagão escreveu: "Os cristãos ainda estão adorando aquele grande homem que foi crucificado na Palestina". Até o escárnio dos pagãos é um tetemunho da deidade de Cristo.

2) O Verbo (Preexistência E Atividade Externas).

A palavra do homem é aquela por meio da qual ele se expressa e por meio da qual ele se comunica com os seus semelhantes. Por sua palavra ele dá a conhecer seus pensamentos e sentimentos, e por sua palavra ele manda e executa a sua vontade. A palavra com que se expressa está impreginada de se pensamento e de seu caráter. Pela expressão verbal de um homem até um cego pode conhece-lo perfeitamente. Embora se veja uma pessoa e dela se tenha informações, não se conhecerá bastante enquanto ela não falar. A palavra do homem é expressão do seu caráter.

Da mesma maneira, a "palavra de Deus" é o veículo mediante o qual Deus se comunica com outros seres, e é o meio pelo qual Deus expressa o seu poder, a sua inteligência e a sua vontade. Cristo é a palavra ou verbo (Jo. 1: 1; Ap. 19: 11- 13), porque por meio dele, Deus revelou sua atividade, sua vontade e propósito, e por meio dele, tem contato com o mundo. Nós nos expressamos por meio de palavras: O eterno Deus se expressa a si mesmo por meio de seu filho, o qual "é a expressa imagem da sua pessoa" (Jo. 1: 18; Heb. 1: 13). Jesus Cristo é a palavra de Deus, demonstrando-o em pessoa. A bíblia nos trás a mensagem escrita de Deus. ELE, Jesus Cristo não somente traz a mensagem de Deus - ELE é a mensagem de Deus.

É certo que Deus se revelou pela palavra profética, por meio de sonhos, visões e por manifestações temporais. Porém o homem anelava por uma resposta mais clara à seguinte pergunta: Como é Deus/ Para responder a essa pergunta, surgiu o evento mais siginificativo da história - "E o verbo se fez carne" (Jo. 1: 14). O verbo eterno de Deus (Is. 40: 8) tomou sobre si mesmo a natureza humana e se tornou homem, a fim de revelar o eterno Deus por meio de uma personalidade humana. "Havendo Deus antigamente falado poe muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo filho" (Heb. 1: 1,2). De modo que a pergunta "Como é Deus?", o cristão responde: "Deus é Espírito"( ). Deus é como Jesus Cristo, poerque Jesus Cristo é a palavra de Deus - a idéia que deus tem de si mesmo. Isto é, ele é" a expressa imagem da sua pessoa" (Heb. 1: 3),"a imagem do Deus invisível" (Col. 1: 5).

3) Senhor (Deidade, Exaltação e Soberania). " Senhor", é um dos títulos mais comuns dado a Jesus. Este título indica a sua deidade, exaltação e soberanía.

a) Deidade. O título "Senhor", ao ser usado como prefixo antes de um nome, transmitia, tanto a judeu como a gentios, o pensamento de deidade. A palavra "Senhor" no grego ("kurios") era equivalente a "Javé" na tradução grega do antigo testamento, para os judeus "O Senhor Jesus" era claramente uma imputação de deidade. Quando o imperador dos romanos se referia a si mesmo como "Senhor César", requerendo que seus suditos dissessem "César é Senhor", os gentios entendiam qoe o imperador estava reinvindicando divindade. Os cristãos entendiam o termo da mesma maneira, e preferiam sofrer perseguição a atribuir a um homem um título que somente pertencia a um que é verdadeiramente divino. Somente à aquele a quem Deus exaltara eles renderiam adoração e lhe atribuiriam senhorio.

b) Exaltação. Na eternidade Cristo possui o título "Filho de Deus" em virtude da sua relação com Deus. (Fil. 2: 9); Na história ELE ganhou o título "Senhor", por haver morrido e ressuscitado para a salvação dos homens. (At. 2: 36; 10: 36; Rom. 14: 9). Ele sempre foi divino por natureza; chegou a ser Senhor por merecimento. Por exemplo: Se um jovém nascido na família de um multimilionário não está contente por herdar aquilo pelo qual muitos tenham trabalhado, mas deseja possuir unicamente o que ganhou por seus próprios esforços, ele então voluntariamente renuncia a seus privilégios, toma o lugar de um trabalhador comum, e por meio do seu labor conquista para si um lugar de honra e riqueza. Igualmente, o filho de Deus, apesar de ser por natureza igual a Deus, voluntariamente sujeitou-se a si mesmo às limitações humanas, porém sem pecado, toamndo sobre si a natureza do homem, fez-se servo do homem, e finalmente morreu na cruz para redenção do mesmo homem. Como recompensa, Cristo foi exaltado ao domínio sobre todas as criaturas - uma recompensa apropriada, pois, que melhor credencial poderia alguém ter para exercer senhorio sobre os homens, visto que os amara a se entregar a si mesmo por eles? (Apoc. 1: 5). Esse direito já foi reconhecido por milhões e a cruz tornou-se um degrau pelo qual Jesus alcançou a soberania dos corações dos homens.

c) Soberania. No Egito, Javé se revelou a Israel como redentor e salvador, no Sinai, como Senhor e rei. As duas coisas se justapôem, porque ele, que se tornou salvador deles, tinha direito de ser o seu soberano. É por isso que os dez mandamentos iniciam com a declaração: "Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão" (Ex. 20: 2). Em outras palavras, "Eu o Senhor, que vos redimi, tenho o direito de governar sobre vós".

E assim aconteceu com Cristo e seu povo. Os cristãos primitivos reconheceram instintivamente - como todos os verdadeiros discípulos - que aquele que os redimiu do pecado e da destruição, tem o direito de ser o Senhor de suas vidas. Comprados por bom preço, não pertecem a si mesmos (I Cor. 6: 20), mas, sim, a quem morreu e ressuscitou poe eles. (II Cor. 5: 15). Portanto o título "Senhor", plicado a Jesus pelos seus segudores, significa: "Aquele que por sua morte ganhou o lugar de soberania no meu coração e a quem me sinto constrangido a adorar e servir com todas as minhas forças". Se Jesus é o nosso salvador, deve ser o nosso Senhor.

4) Filho Do Homem (Humanidade).

a) Quem? De acordo com o hebraico a expressão "Filho de" denota relação e participação. Por exemplo "Os filhos do reino" (Mt. 8: 12) são aqueles que hão de participar de suas verdades e participam da vida ressuscitada. Um "filho de paz" (Lc. 10: 6) é um que possui caráter pacifico. Um "filho da perdição" (Jo. 17: 12) é um destinado a sofrer a ruína e a condenação. Portanto,"Filho do homem "significa, principalmente, um que participa da natureza humana e das qualidades humanas. Dessa maneira, "Filho do homem" vem a ser uma designação enfática para o homem em seus atributos característicos de debilidade e impotência, (Num. 23: 19; Jó 16: 21; 25: 6). Neste sentido o título é aplicado oitenta vezes a Ezequiel, como recordação de sua debilidade e imortalidade, e como um incentivo à humanidade no cumprimento da sua vocação profética.

Aplicado a Cristo, "Filho do homem" designa-o como participante da natureza e das qualidades humanas.

b) Como? Por qual ato, ou meio, o filho de Deus veio a ser filho do homem? Que milagre pôde trazer ao mundo "O segundo homem" que é "O Senhor do céu?" (I Cor. 15: 47). A resposta é que o filho de Deus veio ao mundo como filho do homem sendo concebido no ventre de Maria pelo Espírito Santo, e não por um pai humano.

E a qualidade da vida inteira de Jesus está em conformidade com a maneira do seu nascimento. Ele que veio através de um nascimento virginal, viveu uma vida virginal (inteiramente sem pecado) - sendo essa última caracterítica um milagre tão grande com o primeiro. Ele que nasceu milagrosamente, viveu milagrosamente, ressuscitou dentre os mortos milagrosamente e deixou o mundo milagrosamente.

c) Porque o Filho De Deus Se Fez Homem, ou quais foram os propósitos da encarnação?

1. Como já observamos, o filho de Deus veio ao mundo para ser o revelador de Deus. Ele afirmou que suas obras e a sua palavra eram guiadas por Deus (Jo. 5: 19,20; 10: 38); sua própria obra evangelizadora foi uma revelação do coração do pai celestial, e aqueles que criticaram sua obra entre os pecadores demonstram assim sua falta de harmonia com o espírito do céu. (Lc. 15: 1-7).

2. Ele tomou sobre si nossa natureza humana para glorifica-la e desta maneira adapta-la a um destino celestial. Por conseguinte, formou um modelo, por assim dizer, pelo qual a natureza humana poderia ser feita à semelhança divina. Ele, o filho de Deus, se fez filho do homem, para que os filhos dos homens pudessem ser feitos filhos de Deus (Jo. 1: 2), e um dia serem semelhantes a ele (I Jo. 3: 2); até os corpos dos homens serão "conforme o seu corpo glorioso" (Fil. 3: 21). "O primeiro homem (Adão), da terra, é terreno: O segundo homem, o Senhor é do céu" (I Cor. 15: 47); e assim, "como trouxemos a imagem do terreno (Gen. 5: 3), assim traremos também a imagem do celestial" (v. 49), porque o último Adão foi feito em espírito vivificante" (v. 45).

3. Porém, o obstaculo a impedir a perfeição da humanidade era o pecado - o qual, ao principio, privou Adão da glória da justiça original. Para resgatar-nos da culpa do pecado e do seu poder, o filho de Deus morreu como sacrificio expiatório.

5. Cristo (Título oficial e missão):

a) A profecia. "Cristo" é a forma grega da palavra hebraica " messias", que literalmente siginifica, "O ungido". A palavra é sugerida pelo costume de ungir com óleo como simbolo da consagração divina para servir. Apesar de os sacerdotes, e as vezes os profetas, serem ungidos com óleo quando consagrados aos seus oficios, o título "ungido" era particularmente aplicado aos reis de Israel que reinavam como representantes de Javé. (II Sam. 1: 14). Em alguns casos o simbolo da unção era seguido pela realidade espiritual, de maneira que a pessoa vinha a ser, em sentido vital, o ungido do Senhor (I Sam. 10: 1, 6; 16: 13).

Saul, foi um fracassado, porém Davi, que o sucedeu, foi "Um homem segundo o coração de Deus", um rei que considerava suprema em sua vida à vontade de Deus e que se considerava como representante de Deus. Porém, a grande maioria dos reis se apartou do ideal divino e conduziu o povo à idolatria; E até alguns dos reis mais piedosos não estavam sem culpa nesse particular. Sob esse fundo negro, os profetas expuseram a promessa da vinda de um rei da casa de Davi, um rei ainda maior do que Davi. Sobre ele descansaria o Espírito do Senhor como um poder nunca visto (Is. 11: 1-3; 61: 1). Apesar de filho de Davi, também seria ele o filho de Javé, recebendo nomes divinos (Is. 9: 6,7; Jer. 23: 6). Diferente ao de Davi, seu reino seria eterno, e sob seu dominío estariam todas as nações. Esse era o ungido, ou o Messias, ou o Cristo, e sobre ele concentravam-se as esperanças de Israel.

b) O Cumprimento. O testemunho constante do Novo Testamento é que Jesus se declarou o Messias, ou o Cristo, prometido no Antigo Testamento.

Assim como o presidente deste pais (Brasil) é primeiramente eleito e depois publicamente toma posse do governo, da mesma maneira Jesus Cristo foi eternamente eleito para ser o Messias e Cristo, e depois empossado publicamente em seu oficio messiânico no Jordão. Assim como Samuel ungiu primeiro a Saul e depois explicou o siginificado da unção (I Sam. 10: 1), da mesma maneira deus, o pai ungiu a seu filho com o Espírito de poder e sussurou no seu ouvido o siginificado da sua unção: "Tu és o meu filho amado em quem me comprazo" (Mc. 1: 11). Em outras palavras: "Tu és o filho de Javé, cuja vinda foi predita pelos profetas, e agora te doto de autoridade e poder para atua missão, e te envio com minha benção".

As pessoas entre as quais Jesus teria de ministrar esperavam a vinda do messias, mais infelizmente suas esperanças eram coloridas por uma aspiração política. Esperavam um "homem forte", que fosse uma combinação de soldado e estadista. Seria Jesus esse tipo de Messias? O Espírito o conduziu ao deserto para debater a questão com Satanás, que astuciosamente lhe sugeriu adotasse um programa popular e dessa maneira tomasse o caminho mais fácil e curto para o poder. "Concede-lhes seus anelos materiais", sugeriu o tentador (Mt. 4:3,4 : Jo. 6: 14,15,26), "deslumbra-os saltando do pináculo do templo (e logicamente ficarás em boas relações com o sacerdócio), faze-te o campeão do povo e conduze-os à guerra" (Mt. 4: 8,9 ; Ap. 13: 2,4). Jesus sabia que o adversário estava advogando a política popular, a qual era inspirada por seu próprio espírito egoísta e violento. Que esse curso de ação conduziria ao derramamento de sangue e à violência, não havia dúvida. Não! Jesus seguiria a direção do seu pai e confiaria somente nas armas espirituais para conquistar os corações dos homens, ainda que a senda conduzisse a falta de compreensão, ao sofrimento, e à morte! No deserto Jesus escolheu a cruz, e escolheu-a porque era parte do programa de Deus para sua vida.

O mestre nunca se desviou dessa escolha, apesar de ser muitas vezes tentado a abandonar o caminho da cruz (Mt. 16: 22).

Em tudo isso o Senhor Jesus cumpriu a professia de Isaías que o ungido de Deus seria proclamador da verdade divina, e não im violento agitador, nem um que buscasse seu próprio bem, nem que exitasse a população (Mt. 12: 16-21). Como o faziam alguns dos falsos Messias que precederam e outros que posteriormente surgiram (Jo. 10: 8; At. 5: 36; 21: 38). Ele evitou fielmente os métodos carnais e seguiu os espirituais, de maneira que Pilatos, representante de Roma, pôde testificar: "Não acho culpa alguma neste homem".

Jesus, no início de seu ministério messiânico, falava de reino, descrevendo seu ideais e sua natureza espiritual esperando inspirar no povo, uma fome por esse reino espiritual. E seus esfprços neste sentido foram inteiramente infrutíferos, o apóstolo nos diz (cap. 1) que desde o principio houve um grupo espiritual que o reconhecia como Cristo. Também de tempos em tempos ele se revelava a indivíduos que estavam preparados espiritualmente (Jo. 4: 25,26; 9: 35-37).

Porém a nação em geral não entendia essa conexão entre o seu ministério espiritual e o pensamento do Messias. Admitiam livremente que ele fosse um mestre capaz, um grande pregador, e ainda um profeta (Mt. 16: 13,14); mas certamente, não um que pudesse encabeçar um programa econômico, militar e político - como julgavam cubesse ao Messias fazer.

O plano era o seguinte: A rejeição por parte de Israel daria a Deus a oportunidade de tomar um povo escolhido de entre os gentios (Rom. 11: 11; At. 15: 13,14; Rom. 9: 25,26),que, juntamente com os crentes judeus, constituiriam um grupo conhecido como igreja (Ef. 3: 4-6). Jesus mesmo deu a seus discípulos um vislumbre desse período (a época da igreja) que sucederia entre seus adventos primeiro e segundo, chamando essas revelações "mistérios" porque não foram reveladas aos profetas do Antigo Testamento (Mt. 13: 11-17). Certa ocasião a inabalável fé demonstrada por um centurião gentio contrastada com a falta de fé em muitos israelitas trouxe à sua inspirada visão o espetáculo de gentios de todas as terras entrando no reino que Israel havia rejeitado (Mt. 8: 10-12).

A crise prevista no deserto havia chegado, e Jesus se preparou para dar tristes notícias a seus discípulos. Começou com muito tato a fortalecer-lhes afé com testemunho divinamente inspirado acerca do seu caráter messiânico, testemunho dado pelo apóstolo Pedro. Então fez uma surpreendente predição (Mt. 16: 18, 19), que se pode parafrasear da seguinte maneira: "A congregação de Israel ( ou "igreja", At. 7: 38) rejeitou-me como seu messias, e seus chefes realmente vão me excomungar, que sou a verdadeira pedra angular da nação (Mt. 21: 42). Mas por isso, não fracassará o plano de Deus porque eu estabelecerei outra congregação ("igreja"), composta de homens como tu, Pedro (I Ped. 2: 4-9), que crerão na minha deidade e caráter messiânico. Tu serás dirigente e ministro dessa congregação, e teu será o privilégio de abrir-lhe as portas com a chave da verdade do evangelho, e tu e teus irmãos administrareis os seus negócios".

Então Cristo fez um anúncio que os discipulos não compreenderam inteiramente, senão depois de sua ressurreição (Lc. 24: 25-48); Isto é, que a cruz era parte do programa de Deus para o messias. "Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discipulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito às mãos dos anciões, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia" (Mt. 16: 21).

No devido tempo a horrenda profecia foi cumprida.

Ele persistiu em seu testemunho e morre numa cruz que levava a inscrição: ESTE É JESUS O REI DOS JUDEUS.

Mas o Messias sofredor (Is. 53: 7-9) ressurgiu dentre os mortos (Is. 53: 10,11), E com Daniel havia previsto, assendeu à destra de Deus (Dn. 7: 14; Mt. 28: 18), de onde virá para julgar os vivos e os mortos. Portanto, "Messias" foi aquele a quem Deus autorizou para salvar a Israel e as nações do pecado e da morte, e para governar sobre eles como senhor de suas vidas e mestre.

6. Filho De Davi (Linhagem Real).

Esse título é equivalente a "Messias", pois uma qualidade importante do Messias era sua descendência davídica.

a) A Profecia. Como recompensa por sua fidelidade, a Davi foi prometida uma dinastia perpétua (II Sam. 7: 16), a à sua casa foi dada uma soberania eterna sobre Israel. Esta foi a aliança davídica ou a do trono. Data deste tempo a esperança de que, acontecesse o que acontecesse à nação, no tempo assinalado por Deus apareceria um rei pertencente ao trono e linhagem de Davi. Em tempos de aflição os profetas relembravam ao povo essa promessa, dizendo-lhe que a redenção de Israel e das nações, estava ligada com a vinda de um grande rei da casa de Davi(Jer. 30: 9; 23: 5; Ez. 34: 23; Isa. 55: 3,4; Sal. 89: 34-37).

Vejamos particularmente Isa. 11: 1, que pode ser traduzida como segue: "porque brotará rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará". Em Isa. 10: 33,34, a Assíria, a cruel opressora de Israel, é comparada a um cedro cujo tronco nunca brota renovo, mas apodrece lentamente. Uma vez cortada essa árvore não tem futuro. E assim e descrita a sorte da Assíria, a qual a muito desapareceu do pálco da história. A Cas de Davi por outro lado, é comparada a uma árvore que terá novo crescimento do tronco deixado no solo. A profecia de Isaías é como segue: A nação judaica será quase destruida, e a casa de Davi será como casa real - será cortada junto a raiz. Entretanto desse tronco sairá um renovo; das raizes desse tronco sairá um ramo - O Rei- Messias.

b) O Cumprimento. Judá foi levad ao cativeiro, e desse cativeiro voltou sem rei, sem independência, para ficar subjugado, sucessivamente, pela Pérsia, Grécia, Egito, Síria, e, depois de um breve período de independência, por Roma. durante esses séculos de sujeição aos gentios, houve tempo de desalento quando o povo voltava seu pensamento as glorias passadas de reino de Davi e exclamava como o salmista: "Senhor, onde estão as tuas antigas beniginidades que juraste a Dvi pela tua verdade?" (Sal. 89: 49). Os judeus nunca perderam a esperança, reunidoa ao reor do fogo da professia messiânica, fortaleciam seus corações e esperavam pacientemente pelo filho de Davi.

Não foram desapontados. séculos depois de a casa de Davi haver cessado, um anjo apareceu a uma jovem judia e disse: "E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-as o nome Jesus. Este será grande, e será chamado filho do altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; e reinará etrnamente na casa de jacó, e seu reino não terá fim "(Lc. 1:31-33; Isa. 9: 6,7).

Assim um libertador se levantou na casa de Davi. Em um tempo quando a casa de Davi parecia está reduzida a seu estado mais decadente e quando os herdeiros vivos eram um humilde carpinteiro e uma simples donzela, então, por milagrosa ação de deus, o ramo brotou do tronco e cresceu tornando-se uma poderosa árvore que tem rovido proteção para um sem numero de povos e nações.

O seguinte é a substância da aliança davidica, como é interpretada pelos inspirados profetas: Javé desceria para salvar o seu povo, no tempo em que haveria na terra um descendente da família de davi, pelo qual Javé resgataria e posteriormente governaria o seu povo. Que jesus era esse filho de Davi manifesta-se pelo anúncio feito ao tempo de seu nascimento, por sua genealogias (Mt. 1 e Lc. 3), pelo fato de ter ele aceito esse título quando lhe foi atribuido (Mt. 9: 27; 20: 30,31; 21: 1-11); e pelo testemunho dos escritos do Novo Testamento. (At. 13: 22; Rom. 1: 3; II Tim. 2: 8; Apc. 5: 5; 22: 16).

7. Jesus (Obra Salvadora).

O Antigo Testamento ensina que Deus mesmo é a fonte da salvação: Ele é o salvador e libertador de Israel. " A salvação vem de Deus". Ele livrou o seu povo da servidão do Egito, e daquele tempo em diante Israel soube, por experiência, que ele era o salvador. (Sal. 106: 21; 43: 3, 11; 45: 15, 22; Jer. 14: 48).

Mas Deus age por meio de seus instrumentos; portanto, lemos que ele salvaou Israel por meio do misterioso "anjo de sua face" (Isa. 63: 9). Às vezes foram usados instrumentos humanos; Moisés foi enviado para libertar Israel da servidão; de tempos em tempos foram levantados juízos para socorrer Israel.

"Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviu seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, afim de recebermos a adoção de filhos" (Gal. 4:4, 5 ). Ao entrar no mundo, ao redentor foi dado o expresivo nome da sua missão suprema: "E chamarás o seu nome JESUS; Por que ele salvará o povo dos seus pecados" (Mat. 1: 21).

Os judeus entenderam que a menságem do evangelho siguinificava que, assim como Deus enviara Moisés para libertar Israel da escravidão do Egito, da mesma forma ele tinha enviado Jesus para resgatar o seu povo dos seus pecados. Eles entenderam a menságem mas recusaram-se a crer.

Crucificado, Cristo cumpriu a missão indicada pelo seu nome, Jesus, pois salvar o povo dos seus pecados implica expiação implica morte. Como na sua morte, assim também durante a vida, ele viveu à altura do seu nome, foi sempre o salvador. Em toda a Palestina muita gente podia testificar: "Eu estava preso pelo pecado, mas Jesus me libertou". Maria Madalena podia dizer: "Ele me libertou de sete demônios". Aquele que outrora fora paralítico, também podia testificar: "Ele perdeu os meus pecados".

II- OS OFÍCIOS DE CRISTO:

Na época do Antigo Testamento havia três clases de mediadores entre deus e seu povo: O profeta, o sacerdote, e o rei. Como perfeito mediador (I Tim. 2: 5), Cristo reúne em si mesmo os três oficios. Jesus é o Cristo-profeta que ilumina as nações; o Cristo-sacerdote que se ofereceu como sacrifício pelas nações; e o Cristo-rei que reinará sobre as nações.

1. Profeta.

O mprofeta do Antigo Testamento era o representante ou agente de Deus na terra, que revelava sua vontade com relação ao prescente e ao futuro. O testemunho dos profetas dizia que o Messias seria um profeta para iluminar Israel e as nações (Isa. 42: 1; Rom. 15: 8). Os evangelhos também apresentam Jesus da mesma forma, como profeta. (Mar. 6: 15; Jo. 4: 19; 6: 14; 9: 17; Mar. 6: 4; 1: 27).

a) Como profeta Jesus pregou a salvação. Os profetas de Israel exerciam seu ministério mais importante em tempos de crises, quando os governadores e demais estadistas e sacerdotes estavam confusos e impotentes para atuar. Era essa a hora em que o profeta entrava em ação e, com autoridade divina, mostrava o caminho para sair das dificuldades, dizendo: "Este é o caminho, andai nele".

O Senhor Jesus apareceu em um tempo quando a nação judaica se encontrava em estado de inquietação causado pelo anelo de libertação nacional. A pregação de Cristo obrigou a nação a escolher, quanta à espécie de libertação - ou guerra com Roma ou paz com Deus. Eles escolheram mal e sofreram a desastrosa consequência, a destruição nacional. (Lc. 19; 41-44; Mt. 26: 52). Tal qual seus desobedientes e rebeldes antepassados que certa vez tentaram em vão forçar seu caminho para Canaã (Num. 14: 40-45), assim também os judeus, em 68 A.D., tentaram pela força conquistar sua libertação de Roma. sua rebelião foi apagada com sangue; Jerusalém e o templo foram destruídos, e o judeu errante começou sua dolorosa viagem através dos séculos.

O Senhor Jesus mostrou o caminho do escape do poder e da culpa do pecado, não somente à nação, mas também ao indivíduo. Aqueles que vieram com a pergunta: Que farei para ser salvo?, receberam instrucções precisas, e essas incluíam uma ordem de segui-lo. Ele não somente mostrou, mas também abriu o caminho da salvação por sua morte na cruz.

b) Como profeta Jesus anunciou o reino. todos os profetas falaram de um tempo quando toda a humanidade estaria sob o domínio da lei de Deus - uma condição descrita como "o reino de Deus". Esse era um dos temas principais da pregação de nosso Senhor: "arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus (ou de Deus)"(Mat. 4: 17). E ele ampliou esse tema decrevendo a natureza do reino, o estado e a qualidade de seus membros, as condições de ingresso nele, a sua história espiritual após a sua assenção (Mt. 13), e a maneira de seu estabelecimento na terra.

c) Como profeta Jesus predisse o futuro. A profecia baseia-se no principio de que a história não prossegue descontroladamente, porém é controlada por Deus, que conhece o fim desde o principio. ele revelou o curso da história a seus profetas, capacitando-os, dessa maneira, a predizerem o futuro. Como profeta, Cristo previu o triunfo de sua causa e de seu reino mediante as mudanças da história humana. (Mt. ,cap. 24 e 25).

O Cristo glorificado continua o seu ministério profético por meio do seu corpo, a igreja (I Cor. 12: 10). Isso não significa que os cristãos devem acrescentar algo às escrituras, que são uma revelação "de uma vez para sempre" (Jud. 3); mas pela inspiração do Espírito, trarão mensagens de edificação, exortação e consolação (ICor. 14: 3), baseadas na palavra escrita.

2) Sacerdote.

Sacerdote, no sentido biblico, é uma pessoa divinamaente consagrada para representar o homem diante de Deus e para oferecer sacrifícios que assegurarão o favor divino. "Porque todo sumo sacerdote é constituido para oferecer dons e sacrificios; pelo qual era necessário que este também tivesse alguma coisa que oferecer" (Heb. 8: 3). No Calvário, Cristo, o sacerdote, ofereceu-se a si mesmo, o sacrificio, para assegurar o perdão do homem e sua aceitação diante de Deus. sua vida anterior a este acontecimento foi uma preparação para sua obra sacerdotal. O filho eterno participou de nossa natureza (Heb. 2: 14-16) e de nossas experiências, porque de outra maneira não podia representar o homem diante de Deus nem oferecer sacrificio. Não podia representar o homem diante de Deus nem oferecer sacrificios. Não podia socorrer a humanidade tentada sem saber por experiência o que era tentação. Um sacerdote, portanto, devia ser de natureza humana. Um anjo, por exemplo, não podia ser sacerdote dos homens.

Veja o cap. 16 de Levítico e os cap. 8a 10 de hebreus.

O sumo sacerdote de Israel era consagrado para representar o homem diante de Deus e para oferecer sacrifícios que assegurariam o perdão de Israel. Uma vez por ano, o sumo sacerdote fazia expiação por Israel; em um sentido tipico, ele era o salvador deles, aquele que aparecia ante a presença de Deus para obter o perdão. As vítimas dos sacrifícios daquele dia eram imoladas no pátio exterior; da mesma maneira Cristo foi crucificado aqui na terra. Depois o sangue era levado ao lugar santissmo e aspergido na presença de Deus; da mesma maneira, Jesus ascendeu ao céu "para apresentar-se em nosso lugar na presença de Deus". A aceitação por Deus, de seu sangue, nos dá a certeza da aceitação de todos os que confiam no seu sacrifício.

Apesar de Cristo haver oferecido um sacrifício perfeito uma vez por todas, sua obra sacerdotal ainda continua. Ele vive sempre para aplicar os méritos e o poder de sua obra expiatória perante deus, a favor dos pecadores. O mesmo que morreu pelos homens agora vive para eles, para salva-los e para interceder por eles. E quando oramos: "Em nome de Jesus", estamos pleiteando a obra expiatória de Cristo como a base da nossa aceitação, porque somente por ela temos a certeza de sermos "aceitos no amado" (Ef. 1:6).

3. Rei.

O Cristo-sacerdote é também o Cristo-rei. O plano de Deus para governante perfeito foi de que ambos os ofícios fossem investidos na mesma pessoa, por isso, Melquisedeque, por ser tanto rei de Salém como sacerdote do Deus altissímo, veio a ser um tipo de rei perfeito de Deus, o Messias (Gn. 14: 18,19; Heb. 7: 1-3). Houve um período na história do povo hebreu quando esse ideal quase se realizou - mais ou menos um século e meio antes do nascimento de Cristo, o país foi governado por uma sucessão de sumo-sacerdotes que também eram goernantes civís; O governante do país era tanto sacerdote como rei. Também durante a idade média, o papa reinvidicou e tentou exercer um poder, tanto espiritual quanto temporal sobre a Europa. Ele pretendia governar como representante de Cristo, segundo afirmava, tanto sobre a igrja como sobre as nações. O Dr. H.B. Swete, escreveu: "As duas experiências, a judaica e a cristã, fracassaram; e até onde se pode julgar por esses exemplos, nem os interesses temporais nem os espirituais dos homens são promovidos quando confiados ao mesmo representante. A dupla tarefa é grande demais para ser desempenhada por um ser homem".

Mas os escritores inspirados falaram da vinda de um que era digno de exercer o duplo cargo. Esse era o Messias esperado, um governante e sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Sal. 110: 1-4), e um "sacerdote no seu trono" (Zac. 6: 13). Tal é o Cristo glorificado (Sal. 110: 1 e Heb. 10: 13).

De acordo com as profecias do Antigo Testamento, o Messias seria um grande rei da casa de Davi que governaria Israel e as nações, por meio do seu reino áureo de justiça, paz e prosperidade (Isa. 11: 1-9; Sal. 72).

Jesus afirmou ser ele esse rei. Na presença de Pilatos ele testificou que nasceu para ser rei; explicou que seu reino não era deste mundo, ist é, não seria um reino fundado por força humana, nem seria governado de acordo com os ideais humanos (Jo. 18: 36). antes de sua morte, Jesus predisse sua vinda com poder e majestade para julgar as nações (Mt. 25: 31). Mesmo pedurado na cruz ele parecia rei e como rei falava, de modo que o ladrão morimbundo percebeu esse fato e exclamou "Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino" (Lc. 23: 42). Compreendeu que a morte intrduziria Jesus no seu reino celestial.

Depois de sua ressurreição, Jesus declarou: "É me dado todo o poder no céu e na terra" (Mt. 28: 18). Depois da sua assenção foi coroado e entronizado com o pai (Apc. 3: 21; vide Ef. 1: 20-22). Isso significa que, diante de Deus, Jesus é rei; ele não é somente cabeça da igrej, mas também Senhor de todo o mundo e mestre dos homens. A terra é dele e tudo o que nela há. Somente dele são o poder e a glória desses resplandescentes reinos que Satanás, o tentador, a muito tempo, mostrou-lhe do cume da montanha. Ele é cristo o rei, Senhor do mundo, possuidor de suas riquezas, e mestre dos homens.

Do ponto de vista divino, tudo isso é fato consumado; mas nem todos os homens reconecem o governo de Cristo. Apesar de Cristo ter sido ungido rei de Irael (At. 2: 30),"Os seus" (Jo. 1: 11) recusaram-lhe a soberania (Jo. 19: 15) e as nações seguem seu pr´´oprio caminho sem tomarem conhecimento de seu governo. essa situação foi prevista e predita por Cristo na parábola das minas (Lc. 19: 12-25). Naqueles dias, quando um governante nacional herdava um reino, o costume determinava que ele primeiramente fosse a Roma afim de recebê-lo do imperador. Depois disto estava livre para regressar e assumir o goveno. Assim Cristo comprara a si mesmo a um certo nobre que foi a um país longíquo a receber para si um reino e depois regressou. Jesus veio do céu à terra, ganhou exaltação e soberania por sua morte expiatória pelos homens, e depois ascendeu ao trono do pai para receber a coroa e o seu governo. "Mas os seus concidadãos aborreciam-se, mandaram após ele embaixadores, dizendo: Não queremos que ele reine sobre nós". Israel, igualmente, rejeitou a Jesus como rei. Sabendo que estariaausente por algum tempo, o nobre da parábola confiou aos seus servos certas tarefas; da mesma maneira, Cristo, prevendo que haveria de ranscorrer um período de tempo entre seu primeiro e segundo adventos, repartiu a seus servos a tarefa de proclamar o seu reino e ganhar membros para ele, batizando-os em nome do pai, do filho e do Espírito Santo. Finalmente, o nobre, tendo recebido o reino, regressou à sua terra, recompenssou a seus servos, afirmou a sua soberania e puniu os inimigos. Da mesma forma, Cristo regressará ao mundo e recompenssará a seus servos, afirmará a sua soberania sobre o mundo e punirá os ímpios. Esse é o tema central do livro do Apocalipse (Apc. 11: 15; 12: 10: 19; 16).

Nessa ocasião, sentarse-á ele sobre o trono de Davi, e ali continuará o reino do filho de Davi, um período de mil anos quando a terra toda desfrutará de um reino áureo de paz e abundância. Toda esfera de atividade humana estará sob o domínio de Cristo; a impiedade será suprimida com vara de ferro; Satanás será preso, e a terra ficará cheia do conhecimento e da glória de Deus, "Como as águas cobrem o mar".

III. A OBRA DE CRISTO

Cristo realizou muitas obras, porém a obra suprema que ele consumou foi a de morrer pelos pecados do mundo. (Mt. 1: 21; Jo. 1: 29). Incluídas nessa obra expiatória figuram a sua morte, ressurreição, e ascenssão. Não somente devia ele morrer por nós, mas também viver por nós. Não somente devia ressuscitar por nós, diante de Deus. (Rom. 8: 34; 4: 25; 5: 10).

1. Sua morte.

a) sua importância; o evento mais importante e a doutrina central do Novo Testamento resumem-se nas seguintes palavras: "Cristo morreu (o evento) por nossos pecados (a doutrina)" ( I cor. 15: 3). a morte expiatória de Cristo é o fato que caracteriza a religião cristã. Martinho Lutero declarou que a doutrina cristã destingue-se de qualquer outra, e mui especialmente daquela que apenas parece ser cristã, pelo fato de ser ela a doutrina da cruz. Todas as batalhas da reforma travaram-se em torno da coreta interpretação da cruz. O ensino dos reformadores era este: Quem compreende perfeitamente a cruz, compreende a Cristo e a bíblia!

É essa caracteristica singular dos evangelhos que faz do cristianismo a única religião; pois o grande problema da humanidade é o problema do pecado, e a religião que apresenta uma perfeita provisão para o resgate do poder e da culpa do pecado tem um propósito divino. Jesus é o autor da "Salvação eerna" (Heb. 5: 9), isto é da salvação final. Tudo quanto a salvação possa significar é assegurado por ele.

b) Seu significado. Havia certa manifestação verdadeira entre o homem e seu criador. Algo sucedeu que interrompeu essa relação. Não somente está o homem distanciado de Deus, tendo o seu caráter manchado, mas existe um obstáculo tão grande no caminho que o homem não pode removê-lo pelos seus próprios esforços. Esse obstáculo é o pecado, ou melhor a culpa.

O homem não pode remover esse obstáculo; a libertação terá que vir da parte de Deus. Para isso Deus teria que tomar a iniciativa de Salvar o homem. O testemunho das escrituras é este: Que Deus assim fez. ELE enviou seu filho do céu à terra para remover esse obstáculo e dessa maneira reconciliou os homens com Deus. Ao morrer por nossos pecados, Jesus removeu a barreira; levou o que deviamos ter levado; realizou por nós o que estavamos impossibilitados de fazer por nós mesmos; isso ele fez porque era a vontade do pai. Essa é a essência da expiação de Cristo.

Considerando a suprema importância desse assunto será ele abordado em um capítulo à parte.

2. Sua ressurreição.

a) O Fato. A ressurreição de Cristo é o grande milagre do Cristianismo. Uma vez que estabelecida a realidade desse evento, torna-se desnecessário procurar provar os demais milagres dos evangelhos. ademais é o milagre com o qual a fé cristã está em pé ou cai, isso em razão de ser o cristianismo uma religião histórica que baseia seus ensinos em eventos definidos que ocorreram na Palestina há mais de dois mil anos. Esses eventos, são: O nascimento e o ministério de Jesus Cristo, culminado na sua morte, sepultamento e ressurreição. Desses, a ressurreição é a pedra angular, pois se Cristo não tivesse ressucitado, então não seria o que ele próprio afirmou ser; e sua morte não seria expiatória. Se Cristo não houvesse ressuscitado, então os cristãos estariam sendo enganados durante séculos; os pregadores estariam proclamando um erro; e os fiéis estariam sendo enganados por uma falsa esperança de salvação. Mas, graças a deus, que, em vez de ponto de interrogação, podemos colocar o ponto de exclamação após ter sido exposta essa doutrina: "Mas agora cristo Ressuscitou dos mortos, e foi feito as primicias dos que dormem!"

b) A evidência. "Vocês cristãos vivem na fragrância de um túmulo vazio", disse um céptico francês. É um fato que aqueles que foram a embalsamar o corpo de Jesus, na memorável manhã da ressurreição, encontraram seu túmulo vazio. Esse fato nunca foi nem pode ser explicado a não ser pela ressurreição de Jesus! Quão facilmente os judeus poderiam ter refutado o testemunho dos primeiros pregadores se tivessem exibido o corpo do nosso Senhor! Mas não o fizeram - porque não o puderam fazer!

Como vamos explicar a própria existência e orígem da igreja cristã, que certamente teria permanecido sepultada juntamente com seu Senhor - se ELE não tivesse ressuscitado? A igreja viva e radiante do dia de pentecoste não nasceu de um dirigente morto!

Que faremos com o testemunho daqueles que viram a Jesus depois de sua ressurreição, muitos dos quais o apalparam, falaram e comeram com ELE, centenas dos quais, Paulo disse, estavam vivos naqueles dias, muitos dos quais cujo testemunho inspirado se encontram no Novo Testamento?

Como receberemos o testemunho de homens demasiadamente honestos e sinceros para pregarem uma menságem propositadamente falsa, homens que tudo sacrificaram por essa menssagem?

Como explicamos a conversão de Saulo de Tarso, o perseguidor do cristianismo, e um dos seus maiores apóstolos e missionários, a não ser pelo fato de ele realmente ter visto a Jesus (glorificado) no caminho de Damasco?

Há somente uma resposta satisfatória a essas perguntas: Cristo ressuscitou! Muitas tentativas já foram feitas para superar esse fato. Os chefes dos judeus asseverraram que os discipulos de Jesus haviam roubado o seu corpo. Mas isso não explica como um pequeno grupo de tímidos e desanimados discipulos pôde reunir suficiente coragem para arrebatar dos endurecidos soldados romanos o corpo do seu mestre, cuja morte lhes significava o fracasso completo das suas esperanças!

Os eruditos modernos também apresentam estas explicações: 1)- "Os discipulos simplesmente experimentaram uma visão". Então perguntamos: Como podiam centenas de pessoas ter a mesma visão e imaginar, a um só tempo, que realmente viam a Cristo? 2)- " Jesus realmente não morreu; ele simplesmente desmaiou e ainda estava vivo quando o tiraram da cruz". A isso respondemos: Então um Jesus pálido e exausto, decaido e abatido, podia persuadir os discipulos cheios de dúvidas, e sobretudo um Tomé, de que ele era o ressucitado Senhor da vida? NÃO É POSSÍVEL !

Essas explicações são tão inconcistentes que por si mesmas se refutam. Novamente afirmamos, Cristo, ressuscitou! De Wette, teólogo modernista, afirmou qu " a ressurreição de Jesus Cristo é um fato tão bem comprovado quanto ao fato histórico do assasinato de Júlio César".

c) O significado. A ressurreição, ela significa que Jesus é tudo quanto ELE afirmou ser: Filho de Deus, Salvador e Senhor (Rom. 1: 4). A resposta do mundo as reinvidicações de Jesus foi a cruz; a resposta de Deus, entretanto, foi - A RESSURREIÇÃO.

A ressurreição significa que a morte expiatória de Cristo foi uma divina realidade, e que o homem pode encontrar o perdão dos seus pecados, e assim ter paz com Deus (Rom. 4: 25). A ressurreição é realmente a consumação da morte expiatória de Cristo. Como sabemos pois que não foi uma morte comum - e que realmente ela tira o pecado? Porque ELE ressuscitou!

A ressurreição siginifica que temos um sumo sacerdote no céu, que se compadece de nós, que viveu a nossa vida e conhece as nossas tristezas e fraquezas; que é poderoso para dar-nos poder para diariamente vivermos a vida de Cristo. Jesus que morreu por nós, agora vive por nós. (Rom. 8: 34; Heb. 7: 25). Siginifica que podemos saber que há uma vida vindoura. Uma objeção comum a essa verdade é: "Mas ninguém jamais voltou para falar-nos do outro mundo". Mas alguém voltou - esse alguém é Jesus Cristo! "Se um homem morrer, tornará a viver?" A essa pergunta antiga a ciência somente pode dizer: "Não sei". A filosofia apenas diz: "Deve haver uma vida futura". Porém o cristianismo afirma: "Porque ELE vive nós também viveremos; porque ELE ressuscitou dos mortos, também todos ressuscitaremos"!

A ressurreição de Cristo não somente constitui a prova da imortalidade, mas também a certeza da imortalidade pessoal. (I Tess. 4: 14; II Cor. 4: 14; Jo. 14: 19). Isto siginifica que há certeza de juízo futuro. Como disse o inspirado apóstolo, Deus "tem determinado um dia que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos"(At. 17: 31).

Tão certo como Jesus ressuscitou dos mortos para ser juíz dos homens, assim ressuscitarão também da morte os homens para serem julgados por ELE.

3. Sua asenção.

Os evangelhos, o livro dos Atos e as epístolas dão testemunho da asenção.

A ascenção nos ensina que nosso mestre é:- (a) O Cristo Celestial. Jesus deixou o mundo porque havia chegado o tempo de regressar ao pai. Sua partida foi uma "subida", assim como sua entrada no mundo havia sido uma "descida". Ele que desceu subiu para onde estava antes. E assim como sua entrada no mundo foi sobrenatural, assim o foi a sua partida.

Consideremos a maneira de sua partida. Suas aparições e desaparições depois da ressurreição foram instântaneas; a assenção foi, no entanto, gradual - "Vendo-o eles" (At. 1: 9). Não foi seguida por novas aparições, nas quais o Senhor surgiu entre eles em pessoa para comer e beber com eles; as aparições dessa classe terminaram com a sua ascenção. Sua retirada da vida terrenal que vivem os homens aquém da sepultura de uma vez por todas. Dessa hora em diante os discipulos não deveriam pensar nele como o "Cristo segundo a carne", isto é, como vivendo uma vida terrenal, e sim, como o Cristo glorificado, vivendo uma vida celestial na presença de Deus e tendo contatos com eles por meio do Espírito Santo. Antes da ascenção o mestre aparecia, desaparecia e reaparecia de tempos em tempos para fazer com que paulatinamente os discipulos perdessem a necessidade de um contato visivel e terreno com ele, e acostumá-los a uma comunhão espiritual e invisível com ELE.

Desse modo, a ascenção vem a ser a linha divisória entre dois períodos da vida de Cristo: Do nascimento até a ressurreição, ele é o Cristo da história humana, aquele que viveu uma vida humana perfeita sob condições terrenas. Desde a ascenção, ele é o Cristo da experiência espiritual, que vive no céu e tem contato com os homens por meio do Espírito Santo.

(b) O Cristo exaltado. Afirma certa passagem que Cristo "subiu", e outra diz que foi "levado acima". A primeira representa o Cristo Como entrando na presença do pai por sua própria vontade e direito; a segunda acentua a ação do pai pela qual ele foi exaltado em recompensa por sua obediência até à morte.

Sua lenta ascensão ante os olhares dos discipulos trouxe-lhes a compreensão de que Jesus estava deixando sua vida terrenal, e oa fez testemunhas oculares de sua partida. Mas uma vez fora do alcance de sua vista, a jornada foi consumada por um ato de vontade. O Dr. Swete assim comenta o fato: "Nesse momento toda a glória de Deus brilhou em seu redor, e ELE estava no céu". Não lhe era a cena inteiramente nova; na profundidade do seu conhecimento divino, o filho do homem guardava lembranças das glórias que, em sua vida anterior à encarnação, gozava com o pai (antes que o mundo existisse) (Jo. 17: 5). Porém, a alma humana de Cristo até o momento da ascensção, não experimentara a plena visão de Deus que transbordou sobre ele ao ser levado acima. Esse oi o alvo de sua vida humana, o gozo que lhe estava proposto (Heb. 12: 2), que foi alcançado no momento da ascensão.

Foi em vista de sua ascenção e exaltação que Cristo declarou: "É me dado todo poder (autoridade) no céu e na terra (Mt. 28: 18; Efs. 1: 20-23; I Ped. 3: 22; Fil. 2: 9-11; Apc. 5: 12). Citamos outra vez o Dr. Swete: Nada se faz nesse grandioso mundo desconhecido, que chamamos céu, sem sua iniciativa, direção e autoridade determinativa. Processos incompreensíveis `a nossa mente realizam-se no outro lado do véu por meios divinos igualmente incompreensíveis. Basta que a igreja compreenda que tudo que se opera ali é feito pela auoridade do seu Senhor. (c) O Cristo soberano. Cristo ascendeu a um lugar de autoridade sobre todas as criaturas. Ele é a "cabeça de todo o varão" (I Cor. 11: 3), a cabeça de todo o principado e potestade" (Col. 2: 10). Todas as autoridades do mundo invisível, tanto quanto as do mundo dos homens, estão sob o seu dominío. (I Ped. 3: 22; Rom. 14: 9; Fil. 2: 10, 11). Ele possui essa soberania univrsal para ser exercida para o bem daigreja, a qual é seu corpo; Deus "sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja". Em sentido muito especial, portanto, Cristo é a cabeça da igreja. Essa autoridade se manifesta de duas maneiras:

1. Pela autoridade exercida por ele sobre os membros da igreja. Paulo usou a relação matrimonial como ilustração da relação entre Cristo e a igreja (Efs. 5: 22, 23). Como a igreja vive em sujeição a Cristo, assim as mulheres devem estar sujeitas a seus maridos; como Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, assim os maridos devem exercer sua autoridade no espírito de amor e auto sacrifício. A obediência da igreja a Cristo é uma submissão voluntária; da mesma maneira aesposa deve ser obediente, não só por questão de consciêcia mas por amor e reverência.

Para os cristãos, o estado de matrimônio se tornou um "mistério" (isto é, uma verdade com significado espiritual), porque revela a união espiritual entre cristo e sua igreja; "autoridade da parte de Cristo, subordinação da parte da igreja, amor de ambos os lados - o amor retribuindo amor, para ser coroado pela plenitude do gozo, quando essa união for consumada na vinda do Senhor.

Uma característica proeminente da igreja primitiva era atitude de amorosa submissão a Cristo. " Jesus é Senhor" não era somente a declaração do credo mas também a regra de vida.

2. O Cristo glorificado não é somente o poder que dirige e governa a igreja, mas também a fonte de sua vida e poder. O que a videira é para a vara, o que a cabeça é para o corpo, assim é o Cristo vivo para asua igreja. Apesar de estar no céu, a cabeça da igreja, Cristo na mais intima união com seu corpo na terra, sendo o Espírito Santo i vínculo. (Efs. 4: 15, 16; Col. 2: 19). (d) O Cristo que prepara o caminho. A separção entre Cristo e a sua igreja na terra, separação ocasionada pela ascensão, não é permanente. Ele subiu como um precursor a preparar o caminho para aqueles que o seguem. Sua pomessa foi " one eu estiver, ali estará também o meu servo" (Jo. 12: 26). O termo "precursor" é principalmente aplicado a João Batista como aquele que prepara o caminho para aigreja. Esta esperança é comparada a uma "âncora da alma segura e firme, e que penetra até ao interior do véu, onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós" (heb. 6: 19, 20).

Ainda que agitado pelas ondas das provações e das adiversidades, a alma do crente fiel não pode naufragar enquanto sua esperança estiver firmemente segura nas realidades celestiais. Em sentido espiritual, a igreja já está seguindo a Cristo glorificado; e tem se "assentado nos lugares celestiais, em cristo Jesus" (Efs. 2: 6). Por meio do Espírito Santo, os crentes, espiritualmente, no coração, já seguem a seu Senhor ressuscitado. Entretanto, haverá uma ascensão literal correspondente à ascensão de Cristo. (I Tes. 4: 17; I Cor. 15: 52). Essa esperança dos crentes não é uma ilusão, porque eles já sentem o poder de atração do Cristo glorificado (I Ped. 1: 8). Com essa esperança, Jesus Confortou os seus discipulos antes da partida (Jo. 14: 1-3). Portanto, consolai-vos uns aos utros com estas palavras" (I Tes. 4: 18). (e) O Cristo intercessor. Em virtude de ter assumido a nossa natureza e ter morrido por nossos pecados, Jesus é o mediador entre Deus e os homens (I Tim. 2: 5). Mas o mediador é também é um intercessor é mais do que mediação. Um mediador pode ajuntar as duas partes e depois deixa-las a si mesmas para que resolvam suas dificuldades; porém um intercessor diz alguma coisa a favor da pessoa pela qual se interessa. A intercessão é um mistério importante do cristo glorificado (Rom. 8: 34). A intercessão forma o apogeu das suas atividades salvadoras. Ele morreu por nós; resucitou por nós; ascendeu por nós; e intercede por nós (Rom. 8: 34). Nossa esperança não está em um Cristo morto, mas em um Cristo que vive; e não somente em um que vive, mas em um Cristo que vive e reina com Deus. O sacerdócio de Cristo é eterno; portanto, sua intercessão é permanente.

Quais as principais petições de Cristo em seu ministério intercessor? A ração do cap. 17 de S. João sugere a resposta.

Semelhante ao oficio mediador é o de advogado (no grego, "paracleto"). (i Jo. 2: 1). Advogado ou paracleto é aquele que chamado a ajudar uma pessoa angustiada ou necessitada, para conforta-la ou dar-lhe conselho e proteção. Essa foi a relação do Senhor para com seus discipulos durante os dias de sua carne. Mas o Cristo glorificado também está interessado no problema do pecado. Como mediador, ele obtem acesso paa nós na presença de Deus; Como intercessor, ele leva nossas petições perante Deus; como advogdo, ele enfrenta as acusações feita contra nós pelo "acusador dos irmãos" na questão do pecado. Para os verdadeiros Cristãos uma vida habitual de pecado não é admissível (I Jo. 3: 6); porém, isolados atos de pecado podem acontecer aos melhores cristãos, e tais ocasiões sugerem a advocacia de Cristo. Em I Jo. 2: 1, 2 estão expostas três considerações que dão força a sua advocacia: Primeira, ele está "com o pai", na presença de Deus; segunda, ele é "o justo", e como tal, pode ser uma expiação por outrem; terceira, ele é "a propiciação pelos nossos pecados", isto é, um sacrificio que assegura o favor de Deus por efetuar expiação pelo pecado. (f) Cristo oniresente. (Jo. 14: 12). Enquanto estava na terra, Cristo necessariamente limitava-se a estar em um lugar de cada vez e não podia estar em contato com todos os seus discipulos ao mesmo tempo. Mas ao ascender ao lugar de onde procedera a força motriz do universo, foi-lhe possível enviar seu poder e sua personalidade divina em todo o tempo, a todo lugar e a todos os seus discipulos. A assensão ao trono de Deus deu-lhe não somente onipotência (Mat. 28: 18), mas também onipresença, cumprindo-se assim a promessa: " porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles" (Mt. 18: 20). (g) Conclusão: Valores da ascensão. Quais os valores práticos da doutrina da ascenção? (1) O conhecimento interno do Cristo glorificado, a quem brevemente eseramos ver, é um incetivo à santidade. (Col.3: 1-4). O olhar para cima venera a tradição das coisas do mundo. (2) O conhecimento da ascenção proporciona um conceito correto da igreja. A crença em um Cristo meramente humano levaria o povo a considerar a igreja como uma sociedade meramente humana, ùtil, sim, para propósitos filantropicos e morais, porém destituida de poder e autoridade sobrenaturais. Por outo lado, um conhecimento do Cristo glorificado resultará noconhecimento da igreja como um organismo, um organismo sobrenatural, cuja vida divina emana da cabeça - Cristo ressuscitado. (3) O conhecimento interno do Cristo glorificado produzirá uma atitude correta para com o mundo e as coisa do mundo." Mas a nossa cidade (literalmente,"cidadania") está no céus donde também esperamos o salvador, o Senhor Jesus Cristo" )Fil. 3: 20). (4) A f´r no Cristo glorificado inspirará um profundo sentimento de responsabilidade pessoal. A crença no Cristo glorificado leva consigo o conhecimento de que naquele dia teremos que prestar contas a ele mesmo. (Rom. 14: 7-9; II Cor. 5: 9, 10). O sentido de responsabilidade a um mestre no céu atua como um freio contra o pecado e serve de incentivo para a retidão. (Efs. 6: 9). (5) Junto a fé no Cristo glorificado temos a bendita e alegre esperança de seu egresso. "E se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez"(Jo. 14: 3).


VII- A DOUTRINA DA EXPIAÇÃO

1. A expiação no Antgo Testamento:
Porque gastar tempo e espaço para descrever os sacrificios do Antigo Testamento? Pela simples razão de que na palavra "sacrificio" temos a chave para o siginificado da morte de Cristo. Muitas teorias modernas tem surgido para explicar essa morte, mas qualquer explicação que deixe de fora o elemento da expiação é antibíblica, porque nada mais é assinalado no Novo testamento do que o uso de termos sacrificiais para expor a morte de Cristo. Descrevê-lo como "o cordeiro de Deus", dizer que o seu sangue limpa o pecado e compra a redenção, ensinar que ele morreu por nossos pecados - tudo isso é dizer que a morte de Jesus foi um verdadeiro sacrificio pelo pecado.
Visto que a morte de Jesus é descrita em linguagem que lembra os sacrificios de Antigo Testamento, um conhecimento dos termos sacrificiais ajuda grandemente na sua interpretação. Porque os sacrificios (além de proverem um ritual de adoração para os israelitas) eram sinais ("tipos") proféticos que apontavam para o sacrificio perfeito; por conseguinte, um claro entendimento do sinal conduzirá a um melhor conhecimento daquele que foi sacrificado. Esses sacrificios não somente eram profeticos em relação a Cristo, mas também serviam para preparar o povo de Deus para a dispensação melhor que seria introduzida com a vinda de Cristo. Quando os primeiros pregadores do evangelho declararam que Jesus era o cordeiro de Deus cujo sangue havia comprado a redenção dos pecados, eles não precisaram definir esses termos aos seus patrícios, porquanto estavam eles familiarizados comtais termos.
Nós, entretanto, que vivemos milhares de anos depois desses eventos, e que não fomos educados no ritual mosaico, necessitamos estudar a cartilha, por assim dizer, pela qual Israel aprendeu a soletrar a grande mensagem: Redenção mediante um sacrificio expiatório. Tal é a justificação para esta seção sobre a origem, história, natureza, e eficácia do sacrificio do Antigo Testamento.
2. A origem do sacrificio.
(a) Ordenado no céu. A expiação não foi um pensamento de última hora da parte de Deus. A queda do homem não o apanhou de surpresa, de modo a necessitar de rápidas providências para remediá-la. Antes da criação do mundo, Deus, que conhece o fim desde o começo, proveu um meio para a redenção do homem. Como uma máquina é concebida na mente do inventor antes de ser construida, do mesmo modo a expiação estava na mente e no propósito de Deus, antes do seu cumprimento. Essa verdade é afirmada pelas escrituras. Jesus é descrito como "o cordeiro qu foi morto desde a fundação do mundo" (Apc. 13: 8). O cordeiro pascal era "preordenado" vários dias antes de ser sacrificado (Ex. 12: 3, 6); assim também Cristo, o cordeiro imaculado e incontaminado, foi "conhecido ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós" (I Ped. 1: 19, 20). Ele comprou para o homem a vida eterna, a qual Deus "prometeu antes dos tempos dos séculos" (Tit. 1: 2). Que haveria um grupo de pessoas santificadas por esse sacrificio. foi decretado "antes da fundação do mundo" (Ef. 1: 4). Pedro disse aos judeus que apesar de terem, na sua ignorância, cricificado a Cristo com mãos impias, sem duvida haviam cumprido o plano eterno de Deus, pois foi "entregue pelo determinado conselho e presciência de deus" (At. 2: 23).
É evidente, pois, que o cristianismo não é uma religião nova que começou a dois mil anos, mas sim, a manifestação historica de um propósito.
(b) Instituído na terra. Visto como centenas de anos haviam de passar antes da consumação dos sacrificios, que deveria fazer o homem pecador? Desde o principio Deus ordenou uma instituição que prefigurasse o sacrificio e que fosse também um meio de graça para os arrependidos e crentes. Referimo-nos ao sacrificio de animais, uma das mais antigas instituições humanas.
A primeira menção de um animal imolado ocorre no terceiro capitulo de Gênesis. Depois que pecaram, os nossos primeiros pais se tornaram concientes da nudez física - o que era uma indicação exterior da nudez da consciência. Seus esforcos em se cobrirem exteriormente com folhas e interiormente com desculpas, foram em vão. Lemos então que o Senhor Deus tomou peles de animais e os cobriu. Apesar de os relatos não declarar em palavras que tal providência fosse um sacrificio, sem dúvida, meditando no significado espiritual do ato, não se pode evitar a conclusão de que temos aqui uma revelação de Jesus, o redentor, fazendo previsão para redimir o homem. Vemos uma criatura inocente morrer para que o culpado seja coberto; esse é o propósito principal do sacrificio - uma cobertura divinamente provida para uma consciência culpada. O primeiro livro da bíblia fala do cordeiro sem mancha, imolado, para livrar os culpados de seus pecados (Apc. 5: 6-10).
3. A Natureza do sacrificio.
Esta instituição original do sacrificio muito provavelmente explica porque a adoração expiatória tem sido praticada em todas as épocas e em todos os países. Apesar de serem perversões do modelo original, os sacrificios pagãos baseiam-se em duas fundamentais: adoração e expiação. (1) O homem reconhece que está debaixo do poder de uma deidade que tem certos direitos sobre ele. Como reconhecimento desse direitos, e como sinal de sua submissão ele oferece uma dádiva ou um sacrificio. (2) frequentemente, entretanto, tornando-se consciente de que o pecado perturba a relação, instintivamente ele reconhece que o mesmo Deus que o fez, tem o direito de destruí-lo, a não ser que algo seja feito para restaurar a relação interrompida. Uma das crenças mais profundas e firmes da antiguidade era que a imolação de uma vítima e o derramamento de sangue afastariam a ira divina e assegurariam o favor de Deus. Mas como aprenderam isso? Paulo nos diz que houve um tempo "quando conheciam a Deus" (Rom. 1: 21). Assim como o homem decaído leva as marcas da orígem divina, também os sacrificios pagãos levam algumas marcas de uma original revelação divina.
Depois da confusão de línguas (Gn. 11: 1-9) os descendentes de Noé espalharam-se por todas as partes, levando consigo o verdadeiro conhecimento de Deus, porquanto até então não havia registro de idolatria. O que ocorreu no transcurso do tempo é brevemente descrito em Romanos 1: 19-32. As nações se afastaram da adoração pura de Deus e cedo perderam de vista sua gloriosa divindade. O resultado foi a cegeira espiritual. Em de verem a Deus por meio dos corpos celestes, começaram a adorara esses corpos como deidades; em vez de verem o criador por meio das árvores e dos animais, começaram a adorá-los como deuses; em vez de reconhecerem que o homem foi feito a imagem de Deus, começaram a fazer um Deus da imagem do homem. Desse modo a cegueira espiritual conduziu a idolatria. A idolatria não era meramente uma questão intelectual; a adoração da natureza, que é a base da maioria das religiões pagãs, conduziu o homem a deificar (fazer deuses de ) suas próprias concupiscências, e o resultado foi a corrupção moral.
Todavia, apesar dessa perversão, a adoração do homem tinha "leves indícios que indicavam ter havido um tempo quando ele entendia melhor as coisas. Atrás das idolatrias do Egito, India e China, descobre-se uma crença em um Deus verdadeiro, o Espírito eterno que faz todas as coisas.
Quando a escuridão espiritual cobriu as nações, como a corrupção moral havia coberto o mundo antidiluviano, Deus começou de novo com Abraão, assim como havia feito previamente com Noé. O plano de Deus era fazer de Abraão o pai de uma nação que restauraria ao mundo a luz do conhecimento e a glória de Deus. No monte Sinai, Israel foi separado das nações, para ser uma "nação santa". Para dirigí-los na vida de santidade, Deus lhe deu um código de leis que governaria sua vida moral, nacional e religiosa. Entre essas leis estavam as do sacrificio (Lev. 1 a 7) as quais ensinavam à nação a maneira correta de aproximar-se de Deus e adorá-lo. As nações tinham uma adoração pevertida; Deus restaurou em Israel a adoração pura.
Os sacrifícios mosaicos eram meios pelos quais os Israelitas rendiam ao seu criador a primeira obrigação do homem, a saber, a adoração. Tais sacrificios eram oferecidos com o objetivo de alcançar comunhão com Deus e remover todos os obstáculos que impediam essa comunhão. Por exemplo, se o israelita pecasse e dessa maneira perturbasse a relação entre ele e Deus, traria uma oferta pelo pecado - o sacrificio da expiação. Ou se tivesse ofendido ao seu próximo, traria uma oferta pela culpa - o sacrifício de restituição. (Lc. 6: 1-7). Depois que estava de bem com Deus e com os homens e desejava reconsagrar-se oferecia uma oferta queimada (holocausto) - o sacrifício de adoração (Lev. cap. 1). Estava atão pronto para desfrutar de uma comunhão com Deus, que o havia perdoado e aceito; portanto, ele apresentava uma oferta de paz - o sacrificio da comunhão. (Lev. cap. 3). O propósito desses sacrifícios cruentos cumpre-se em Cristo, o sacrifício perfeito. Sua morte é descrita como morte pelo pecado, como ato de levar o pecado (II Cor. 5: 21). Deus fez da alma de Cristo uma oferta pela culpa do pecado (tal é a tradução literal de Isa. 53: 10); ele pagou a dívida que não podiamos pagar, e apagou o passado que não podiamos desfazer. Cristo é a nossa oferenda queimada (holocausto), porque sua morte é exposta como um ato de perfeito oferecimento próprio (Heb. 9: 15; Ef. 5: 2). Ele é a nossa oferta de paz, porque ele mesmo descreveu sua morte como um meio para se participár (ter comunhão) da vida divina. (Jo. 6: 53, 56; vide Lev. 7: 15, 20).
4. A eficácia do sacrifício.
Até que ponto os sacrificios do Antigo Testamento foram eficazes? Asseguravam realmente perdão e pureza? Que beneficios asseguravam para o ofertante? Essas perguntas são de verdadeiras importâncias, porque, comparando e contestando os sacrifícios levíticos de Cristo, poderemos compreender melhor a eficácia e finalidade do último.
Este tema é tratado na carta aos Hebreus. O escritor dirige-se a um grupo de cristãos hebreus, os quais, desanimados pela perseguição, são tentados a voltar ao judaísmo e aos sacrificios do templo. as realidades nas quais eles criam são invisíveis, ao passo que o templo com seu ritual parece tangível e real. A fim de evitar que tomassem tal decisão, o escritor faz comparação entre o antigo e o novo concerto, sendo imperfeito e provisório o Antigo, mas perfeito e eterno o novo. Voltar ao templo e ao seu sacerdócio e sacrifício seria despresar a substância preferindo a sombra, o perfeito pela imperfeição. O argumento é o seguinte: O antigo concerto era bom, na medida de sua finalidade e para o seu determinado propósito ao qual foi constituído; mas o novo concerto é melhor.
(a) Os sacrifícios do Antigo Testamento eram bons. Se não fossem, não teriam sidos divinamente ordenados. Eles eram bons no sentido de terem cumpridos um determinado propósito incluído no plano divino, isto é, um meio de graça, para que aqueles do povo de Javé que haviam pecado contra ele pudessem voltar ao estado de graçã, serem reconciliados, e continuarem no gozo de comunhão com ele. Quando o israelita havia finalmente cumprido as condições, então podia descançar sobre a promessa; "o sacerdote por ele fará expiação do seu pecado, e lhe será perdoado" (Lev. 4: 26).
Quando um israelita esclarecido trazia a oferta, estava ele concio de duas coisas: Primeira, que o arrependimento em si não era suficiente; era indispensável uma transação visível que indicasse o fato de ser removido o pecado. (Heb. 9: 22). Mas por outro lado, ele aprendia com os profetas que o ritual sem a correta disposição interna do coração era mera formalidade semvalor. O ato de sacríficio devia ser a expressão externa dos sacrifícios internos de louvor, oração, justiça e obediência - sacrifícios do coração quebrantado e contrito.(Sal. 26: 6; 50: 12-14; 4: 5; 51: 16; Pv. 21: 3; Am. 5: 21-24; Miq. 6: 6-8; Is. 1: 11-17). "O sacrifício (oferta de sangue) dos ímpios é abominação ao Senhor", declarou Salomão (Pv. 15: 8). Os escritores inspirados, em termos claros externaram o fato de que as "emoções ritualistas não acompanhadas de emoções de justiça eram devoções inaceitáveis".
(b) O sacrifício único do Novo Testamento é melhor. Embora reconhecessem a divina ordenação de sacrifícios de animais, os israelitas esclarecidos certamente compreendiam que esses animais não podiam ser o meio perfeito de expiação.
1- Havia grande disparided entre um irracional e irresponsável e o homem feito a imagem de Deus. Era evidente que o animal não constituia sacrifício inteligente e voluntário. Não havia nenhuma comunhão entre o ofertante e a vítima. Era evidente que o sacrifício do animal não podia comparar-se em valor à alma humana, nem tampouco exercer qualquer poder sobre o homem interior. Nada havia no sangue da criatura irracional que efetuasse a redenção espiritual da alma, a qual somente inpirado externou o que certamente foi a conclusão à qual somente seria possível pela oferta duma vida humana perfeita. O escritor inspirado externou o que certamente foi a conclusão à qual chegaram muitos crentes do Antigo Testamento, quando disse: "porque é impossível que o sangue de touros e de bodes tire os pecados" (Heb. 10: 4).
Os sacrifícios eram apenas meios temporários e imperfeitos de cobrir o pecado até que viesse uma redenção mais perfeita. A lei levou o povo à convicção dos pecados (Rom. 3: 20), e os sacrifícios tornaram inoperantes esses pecados de forma que não podiam provocar a íra divina.
2- Os sacrifícios de animais são descritos como "ordenanças carnais," isto é, são ritos que removeram contaminações do corpo, e expiaram atos externos do pecado (Heb. 9: 10) mas em si mesmos nenhuma virtude espiritual possuía... "os sangue dos touros e dos bodes... santifica, quanto à purificação da carne" (Heb. 9: 13); isto é fizeram expiação pelas contaminações que excluiam um israeliata da comunhão da congregação de Israel. Por exemplo, se a pessoa se contaminasse seria considerada imunda e cortada da congregação de Israel até que se purificasse e oferecesse sacrifício (Lev. 5: 1-6); ou se ofendesse materialmente seu próximo, estaria sob a condenação até que trouxesse uma oferta pelo pecado (Lev. 6: 1-7). No primeiro caso o sacrifício purificava a contaminação carnal; no segundo, o sacrifício fazia expiação pelo ato externo mas não mudava o coração. O próprio Davi reconheceu que estava preso por uma depravação da qual os sacrifícios de animais não o podiam libertar (Sal. 51: 16; vide I Sam. 3: 14) e ele orou a Deus pedindo a renovação espiritual que os sacrificios não podiam proporcionar (Sal. 51: 6-10).
3- A repetição dos sacrificios de animais denuncia sua imperfeição; não podiam aperfeicoar o adorador (Heb. 10: 1, 2), isto é, não podiam dar-lhe uma posição ou relação perfeita perante deus, sobre a qual pudesse edificar a estrutura do seu caráter. Não podia experimentar de uma vez para sempre uma transformação espiritual que seria o inicio duma nova vida.
4- Os sacrificios de animais eram oferecidos por sacerdotes imperfeitos; a imperfeição de seu ministério era indicada pelo fato de que não podiam entrar a qualquer hora no santo dos santos, e portanto, não podiam conduzir o adorador diretamente a divina presença. "Dando nisto a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do santuário não estava descoberto..." (Heb. 9: 8). O sacerdote não dispunha de nenhum sacrificio pelo qual pudesse conduzir o povo a uma esperiência espiritual com Deus, e dessa forma tornar o adorador perfeito "quanto a consciência" (Heb. 9: 9).
Do ponto de vista humano o povo não oferecia nenhuma esperança, mas deus confortou a Jeremias com a promessa da vinda dum tempo quando, sob uma nova aliança, os corações do povo seriam transformados, quando haveria então uma perfeita remissão dos pecados (Jer. 31: 31-34). "Por que lhes perdoarei a sua maldade, e nunca me lembrarei dos seus pecados." Em Hebreus 10: 17, 18 encontramos a inspirada interpretação dessas últimas palavras em que se concretizaria uma redenção perfeita mediante um sacrificio perfeito que dava aenteder que os sacrificios de animais haviam de desaparecer. (vide Heb. 10: 6-10). Por meio desse sacrificio o homem desfruta duma experiência "uma vez para sempre" que lhe dá uma aceitação perfeita perante Deus. O que não se consegue pelos sacrificios da lei obteve-se pelo perfeito sacrificio de Cristo. "E assim o sacerdote parece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrificios, que nunca podem tirar os pecados; mas este, havendo oferecido um único sacrificio pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus"... (Heb. 10: 11, 12).
5- Resta uma questão a ser considerada. É certo que